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Na Suiça, o brasileiro Rodrigo Fraga Silva, CEO e cofundador da empresa Comphya, é o inventor do CaverSTIM. Segundo ele, o aparelho, que já em fase de testes no Brasil e na Austrália, propõe aos homens com disfunção erétil uma alternativa aos tratamentos tradicionais disponíveis no mercado.
Em entrevista à RFI, o mineiro de Belo Horizonte explica que o dispositivo funciona “como se fosse um marcapasso". Segundo ele, trata-se de "um neuroestimulador em que os eletrodos são implantados na região pélvica e o estimulador entrega estímulos nervosos que podem ativar e reabilitar os nervos”.
Hoje, no mundo, são 150 milhões de pacientes que sofrem de disfunção erétil, de acordo com Fraga - 66 milhões deles entre Europa e os Estados Unidos. Segundo o cientista, 30% dessa população não respondem às terapias orais e usam injeções ou implantes penianos.
O alvo principal do projeto, explica Rodrigo, são os pacientes que fizeram a prostatectomia, ou seja, que removeram a próstata para tratar o câncer.
“Hoje, esses pacientes não respondem bem à terapia oral, com o Viagra e o Cialis, e a única terapia que funciona são injeções penianas ou próteses penianas, soluções bem dolorosas. O que a gente busca hoje é uma solução muito mais confortável e melhor para esses pacientes. O que a gente observa é que quando há um estímulo de baixa intensidade nesses nervos, ocorre uma reabilitação e, pós-cirurgia, eles conseguem reabilitar a função sexual normal”.
O criador do dispositivo explica que, além dos pacientes com prostatectomia, existem outros segmentos que a empresa pretende beneficiar no futuro, como, por exemplo, os lesionados medular, pacientes com diabetes, hipertensão, entre outros.
Rodrigo já estudava disfunção erétil. Na Suíça, conheceu o sócio, Nikos Stergiopulos, professor da EPFL (Escola Politécnica Federal de Lausanne). “A gente juntou as ideias - eu trazendo a parte médica da disfunção erétil e o Nikos, o conhecimento de desenvolvimento de dispositivo médico. Foi assim que desenvolvemos esse produto”.
Formado em Farmácia pela UFMG, Rodrigo estudou no Brasil até o doutorado. Depois, foi para os Estados Unidos fazer o primeiro pós-doutorado. Em 2011, se mudou para a Suíça para continuar estudando biologia vascular e disfunção erétil. Foi aí que surgiu o dispositivo.