Um tribunal de apelações federal da Argentina manteve a condenação de Cristina Kirchner a seis anos de prisão por administração fraudulenta em esquema de licitações. Conforme a decisão anunciada na quarta-feira (13), a inelegibilidade vitalícia da ex-presidente também foi mantida.
Por unanimidade, os desembargadores confirmaram a sentença imposta a Kirchner em 2022, contudo, ela não deve ser presa, pois ainda pode apelar à Suprema Corte da Argentina. Além disso, mesmo que condenada em última instância, no país, os maiores de 70 anos têm direito a prisão domiciliar, e Cristina tem 71.
Kirchner foi acusada de liderar uma organização criminosa e por administração fraudulenta durante seu período como presidente (2007 - 2015) e como vice de Alberto Fernández.
Ela foi condenada apenas por administração fraudulenta. O julgamento foi considerado o maior contra a corrupção na história da Argentina. Ao todo, a Promotoria pedia 12 anos de prisão.
A denúncia
Segundo a denúncia do Ministério Público, em 2003, o então marido de Cristina, Néstor Kirchner, criou a própria empreiteira e colocou um amigo sem qualquer experiência como chefe. Lázaro Baez passou de caixa de banco a um dos maiores empresários argentinos em poucos meses. Durante toda a administração de Kirchner, as licitações eram sempre ganhas por ele. Das obras analisadas, houve superfaturamento de até 102%.
Segundo o jornal argentino Clarín, o prejuízo causado pelos benefícios concedidos a Lázaro Báez por meio de obras públicas rodoviárias chegou a 85 bilhões de pesos, cerca de R$ 490 mil.
Além de Kirchner, o tribunal também manteve a condenação de outros envolvidos: José López, Lázaro Báez, Nelson Periotti, Juan Carlos Villafañe, Raúl Pavesi, José Raúl Santibañez, Raúl Daruich e Mauricio Collareda. A soma de 85 bilhões de pesos deve ser confiscada das contas dos condenados.