Além do Líbano, alvo de uma incursão terrestre "limitada" de Israel, foram relatadas quatro explosões em Damasco, na Síria, cidade que também é alvo recorrente da aviação israelense. Segundo TV estatal, três civis, incluindo uma apresentadora da emissora, Safaa Ahmad, morreram em um ataque e outros nove ficaram feridos. As Forças Armadas de Israel não se pronunciaram sobre os ataques.
"O inimigo israelense lançou uma agressão aérea com aviões de guerra e drones da direção do Golã sírio ocupado, visando vários pontos em Damasco", disse a agência de notícias oficial Sana. Segundo a agência, as defesas aéreas sírias interceptaram "alvos hostis" sobre a região.
Embora não seja a primeira vez que Israel bombardeia locais na Síria desde o início dos confrontos na região, as recentes ações expõem o papel estratégico do país na integração entre membros do chamado " Eixo da Resistênmcia " .
A Síria ocupa uma localização central no Oriente Médio, fazendo fronteira com quatro países da região, além da Turquia. Ao longo do conflito, Israel apontou o território sírio como um canal de acesso usado pelo Irã para enviar armamentos para o movimento libanês Hezbollah.
Fragilizada por uma guerra civil de mais de 10 anos, iniciada em 2011 no contexto da Primavera Árabe, que retirou do governo em Damasco o controle de parte do país, a Síria se transformou em um terreno fértil para a formação de grupos armados e a proliferação de armas. Ao longo dos anos, o país foi inundado por carregamentos de armamentos e munições, provenientes de diversas partes do mundo, incluindo Rússia e Irã.
Os ataques ocorrem em meio à escalada de tensão no Oriente Médio, com Israel dando início à incursão por terra no território libanês, no que o governo israelense considera ser a "nova fase" na guerra contra o Hezbollah, em meio a pesados bombardeios há pelo menos duas semanas.
Pouco antes da confirmação da incursão militar no Líbano, o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso em tom ameaçador voltado ao Irã, principal apoiador político, financeiro e militar do Hezbollah. O premier afirmou que a morte de Nasrallah e de outras lideranças do grupo libanês mostraram que “não há um lugar sequer no Oriente Médio que Israel não possa atingir”. E completou dizendo que a eventual queda do regime dos aiatolás “virá mais cedo do que as pessoas pensam".
"Quando esse dia chegar, a rede terrorista que o regime construiu em cinco continentes estará falida, desmantelada. O Irã prosperará como nunca antes: investimento global, turismo massivo, inovação tecnológica brilhante baseada nos tremendos talentos que existem dentro do Irã. Isso não soa melhor do que pobreza, repressão e guerra sem fim?" — disse Netanyahu, chamando as lideranças iranianas de “pequeno grupo de fanáticos”.