A taxa média de juros cobrada no cheque especial caiu em dezembro, depois de ter registrado alta em novembro, de acordo com o Banco Central. A taxa passou de 306,6% ao ano para 302,5%; uma redução de 4,1 pontos percentuais.
Em todo o ano passado, o juro dessa modalidade de crédito caiu 10,1 pontos percentuais. Somava 312,6% ao ano no fim de 2018
Por outro lado, o juro médio do cartão de crédito rotativo apresentou nova alta em dezembro, na comparação com novembro. Foi de 318,3% ao ano para 318,9%; um aumento de 0,6 ponto percentual.
Durante todo o ano, o crescimento foi de 33,5 pontos percentuais. A taxa estava em 285,4% ao ano no fim de 2018.
Segundo o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, não há uma explicação monetária para esse aumento. Ele afirma que trata-se de uma decisão dos bancos, já que ao longo do ano houve uma queda da taxa básica de juros da economia e a inadimplência tem se mantido estável e em um nível baixo.
Desde o último dia 6, o juro cobrado do cheque especial está limitado a 8% ao mês.
Com o limite, o juro anual será de cerca de 150% ao ano, no máximo, de acordo com o Banco Central.
Essa foi a primeira vez que o Banco Central decidiu impor uma taxa máxima a uma linha de crédito com recursos livres, isto é, que não tem um direcionamento estipulado por lei (como ocorre com o crédito imobiliário ou microcrédito).
A taxa de juros média do mês de novembro, em operações com recursos livres (que não tem um direcionamento estipulado por lei) caiu de 36,1% ao ano para 34%. Houve queda na taxa tanto para pessoas físicas, que caiu de 50,1% para 47,3%, quanto para pessoa jurídica, de 17,3% para 16,5%.
O comportamento dos juros bancários acontece em um ambiente de queda da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para controlar a inflação. Essa taxa caiu de 6,5% para 6% ao ano no fim de julho, recuou novamente, para 5,5% ao ano, em setembro, e teve nova redução, para 5% ao ano, no fim de outubro e fechou o ano em 4,5% ao ano.
A taxa geral de inadimplência para pessoas físicas e para as empresas (com recursos livres) continua em queda, passando de 3,8% para 3,7% em novembro.