A repórter brasileira Verônica Dalcanal, correspondente de veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), afirmou ter sido vítima de importunação sexual no último sábado (3), em meio à cobertura in loco das Olimpíadas de Paris, na França.
Segundo informações da Agência Brasil, ela foi vítima de assédio de três homens que passavam pela região da Vila Olímpica no intervalo da transmissão de um jogo da Série B do campeonato brasileiro. Ela conta que o episódio aconteceu enquanto participava de uma transmissão ao vivo do programa Repórter Brasil, exibido pela TV Brasil .
De acordo com relato publicado pela agência, Dalcanal foi abordada por três homens, que pareciam ser estrangeiros, que se aproximaram e começaram a cantar. De acordo com a notícia, um deles chegou mais perto da jornalista e a beijou no rosto sem consentimento, o que foi repreendido pela jornalista. Depois, o relato aponta que outro homem também a beijou indevidamente, e que a repórter novamente repreendeu o ato.
"A gente sabe que é normal a torcida interagir com repórteres, especialmente ao vivo, acabei de conversar com alguns torcedores franceses. Mas eles foram muito desrespeitosos comigo e ultrapassaram limites. Encostaram em mim, enfim... Eu não consigo nem descrever o que aconteceu direito. Eu não pretendo ver as imagens de como isso aconteceu", começou a repórter na transmissão ao vivo, ao relatar ao público a situação.
"Acho triste que isso aconteça, que isso se repita. Uma pena que a gente não possa ter liberdade para trabalhar como homens podem. É realmente muito triste", concluiu Verônica Dalcanal.
No ar, ela recebeu uma mensagem de solidariedade do apresentador do jornal Repórter Brasil, Guilherme Portanova. "Nossa solidariedade pelo trabalho brilhante que você tá fazendo. Não é um agradecimento, é um reconhecimento. E claro, repudiar esse tipo de atitude", disse.
A repórter ainda recebeu apoio público da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. "Essa é uma Olimpíada especial para a igualdade entre homens e mulheres no esporte. Pela primeira vez o Time Brasil tem maioria feminina e, das nossas medalhas até hoje, a maioria foi conquistada por mulheres. É inaceitável que acreditem ter propriedade sobre nossos corpos, e que jornalistas e outras mulheres em espaços de poder passem por situações como essa. Precisamos ser respeitadas em todos os espaços", escreveu a ministra em seu perfil oficial no X (antigo Twitter).