Foto: Reprodução/Redes Sociais
A sensação de insegurança voltou a crescer entre comerciantes e moradores de Palmeira dos Índios após a soltura de José Eduardo Ramos Cavalcante, de 20 anos, detido na segunda-feira (26) sob acusação de arrombar e furtar a loja Caruaru Top 10, localizada no centro da cidade. O acusado, que já possui passagem pela polícia por tentativa de homicídio, foi liberado nesta terça-feira (27) após passar por audiência de custódia.
A Caruaru Top 10, alvo de dois arrombamentos em menos de quatro dias, acumula prejuízos que ultrapassam os R$ 10 mil. A libertação do suspeito reacendeu o debate sobre a eficácia do sistema de justiça e a fragilidade da segurança pública no município.
Empresários e representantes do comércio local estão revoltados. Eles denunciam a ausência de medidas concretas para proteger os estabelecimentos e restaurar a confiança da população. Em meio a uma crescente onda de furtos, cresce também o temor de que algum comerciante, tomado pela indignação e frustração, acabe reagindo de forma extrema diante da repetição de crimes e da aparente impunidade.
A audiência de custódia, instrumento criado com o objetivo de garantir os direitos do detido e prevenir abusos policiais, tem sido cada vez mais criticada por sua aplicação mecânica e descolada da realidade de comunidades afetadas pela violência. Quando usada sem considerar o histórico do acusado, a gravidade do crime e os impactos sociais das decisões judiciais, esse mecanismo pode enfraquecer a sensação de justiça e alimentar a impunidade.
A libertação de José Eduardo, reincidente e suspeito de múltiplos crimes, levanta sérios questionamentos: até que ponto o direito do acusado deve se sobrepor ao direito da sociedade de viver com segurança? A audiência de custódia, em vez de ser um instrumento de proteção e justiça, tem, em muitos casos, se tornado um rito protocolar que resulta na soltura imediata de criminosos, agravando o ciclo de violência e impunidade.
Enquanto a Justiça segue agindo com distanciamento da realidade local, comerciantes de Palmeira dos Índios seguem contando prejuízos, vivendo com medo e cobrando por respostas concretas. O que mais precisa acontecer para que a segurança pública e o sistema judicial atuem de forma integrada, eficiente e responsável?