Quem assiste à TV aberta por meio de uma antena parabólica tradicional, do modelo mais antigo, vai ter que substituir por outra para não perder o sinal. E, em muitos casos, essa troca é de graça.
A costureira Maria Moreira de Souza é daquelas telespectadoras fiéis. “Eu amo televisão. Minha companheira é a televisão”, diz.
Mas, há dois anos, a imagem que ela assistia piorou. “Ficava assim fazendo aqueles quadradinho. Aí, de vez em quando, dava esse tilt nela”, conta.
Ela assiste ao jornal, é bem informada. Viu que a tecnologia está mudando e que o sinal de TV que a antena dela captava vai ser cortado. Não perdeu tempo. Pediu a troca gratuita da antena na casa dela em Fortaleza.
“A imagem ficou super limpa, não tinha mais nem aqueles chuvisquinhos, nem quadradinho, nem nada. Ficou tudo perfeito, maravilhosa”, comemora.
Todos os sinais das parabólicas antigas serão desligados até dezembro. No caso da Globo, as antenas conectadas aos receptores analógicos vão perder o sinal no dia 18 de agosto.
A interrupção do sinal obrigatória foi definida quando a Anatel, a Agência Nacional de Telecomunicações, criou as regras para o 5G entrar em operação no Brasil. E tem um motivo para isso. Essa nova geração da internet móvel opera na chamada Banda C, que é a mesma de faixa de frequência do sinal de TV de canais abertos, transmitido para as parabólicas tradicionais.
Uma faixa de frequência é como uma “estrada no ar”, por onde os dados circulam. Quando transmissões diferentes usam frequências muito próximas, os equipamentos sofrem interferência: imagens com “chuvisco”, quadradinhos como disse a Dona Maria, até a queda da conexão. Esses problemas de recepção já acontecem nas cidades onde o 5G está ativado para quem ainda não trocou as parabólicas antigas.
Com a antena parabólica digital é diferente, porque ela opera em outra faixa, livre dessas interferências.
Você precisa conferir qual é o tipo da antena parabólica instalada na sua casa ou no seu prédio. Só precisa trocar se tiver uma parabólica tradicional. Elas são de um modelo mais antigo e bem fáceis de reconhecer. Por fora, tem um aro que pode chegar até 3 m de diâmetro e, no centro, tem uma tela e hastes.
Já a antena nova, a parabólica digital, é menor e é feita com uma chapa rígida. Elas tem a mesma das parabólicas das TVs por assinatura e precisa ficar apontada para o satélite. Se a sua é assim, não precisa trocar.
Outros modelos, como as externas conhecidas como “espinha de peixe” e as antenas internas, já têm sinal digital. Essas também não precisam ser substituídas.
Os amantes da tecnologia quem utilizam IPTV para assistir canais aberto e fechados, também continuarão recebendo a programação normalmente.
Pacotes com a antena digital, o receptor do sinal e os cabos são vendidos pela internet e em lojas físicas, principalmente de material de construção e equipamentos eletrônicos.
As famílias inscritas em algum programa social do governo federal e que usam parabólicas antigas podem receber uma antena nova, sem nenhum custo.
Quem assiste com a parabólica digital tem imagem e som com mais qualidade e tem acesso à programação regional, sem ter que pagar por isso. O sinal da TV aberta continuará de graça.
“O benefício é enorme, porque você está indo para um sinal digital. A gente está oferecendo, nessa nova parabólica, um sinal que é mais próximo da realidade do nosso telespectador. Ele passa a ter um sinal daquele estado, que é muito mais próximo da realidade dele, que traz o jornalismo local, a informação mais próxima, um jogo de futebol, a identificação que ele tem com os times locais. Um serviço muito melhor”, explica Ana Eliza Faria e Silva, gerente de regulatório e telecom da TV Globo.
O motorista Davi Correia já descobriu esse mundo novo. “Isso aí é perfeito para dar uma qualidade melhor, para poder assistir à televisão”, diz.
Todas as instruções estão no site sigaantenado.com.br. Lá, você confere se tem direito à antena e à instalação gratuitas. Ou pelo telefone 0800-729-2404.