O Papa Francisco pede, em seu novo livro, que seja feita uma investigação para determinar se os ataques de Israel em Gaza constituem genocídio. A obra teve trechos divulgados neste domingo (17).
“De acordo com alguns especialistas, o que está acontecendo em Gaza tem características de genocídio”, diz o Papa em um trecho publicado neste domingo pelo jornal italiano La Stampa.
O livro "A esperança nunca decepciona: peregrinos rumo a um mundo melhor" será lançado na terça-feira (19), antes do jubileu de 2025 do Papa. A obra foi escrita por Hernán Reyes Alcaide, baseada em entrevistas com o Papa.
"Pensemos nos exemplos recentes que vimos na Europa. A ferida ainda aberta da guerra na Ucrânia levou milhares de pessoas a abandonarem as próprias casas, sobretudo durante os primeiros meses do conflito. Mas também testemunhamos o acolhimento sem restrições de muitos países de fronteira, como no caso da Polônia. Algo semelhante aconteceu no Oriente Médio, onde as portas abertas de nações como a Jordânia ou o Líbano continuam a ser a salvação para milhões de pessoas em fuga dos conflitos na região: penso especialmente em quem deixa Gaza em meio à fome que afetou os irmãos palestinos diante da dificuldade de levar alimentos e ajuda ao seu território. De acordo com alguns especialistas, o que está acontecendo em Gaza tem as características de um genocídio. Deveria ser investigado com atenção para determinar se se enquadra na definição técnica formulada por juristas e órgãos internacionais".
É a primeira vez que o sumo pontífice da Igreja Católica pede a avaliação de alegações de genocídio relacionadas às ações de Israel na Faixa de Gaza. Em setembro, o Papa havia afirmado que os ataques de Israel em Gaza e no Líbano foram “imorais” e desproporcionais, ultrapassando as regras da guerra.
O Papa também defende o direito de migração entre países e o tratamento humano aos imigrantes.