Reunião de líderes da Otan em Washington, nos EUA, em 10 de julho de 2024. — Foto: AP Photo/Evan Vucci
A Aliança do Atlântico Norte (Otan) acusou a China de abastecer a Rússia para ataques realizados contra a Ucrânia. A declaração, feita em documento oficial conjunto dos 32 Estados-membros, é um marco para o bloco militar com relação à China.
No documento, produzido após o encontro de líderes do bloco em Washington- na quarta-feira (10), a Otan chamou a China de uma "facilitadora decisiva" do esforço de guerra da Rússia na Ucrânia, dizendo que Pequim continua a representar desafios sistêmicos para a segurança euro-atlântica. Além disso, exigiu que os chineses interrompessem o envio de “componentes de armas” e outras tecnologias consideradas críticas para a reconstrução do exército russo.
Além da repreensão a Pequim, o comunicado da Otan deixa claro que a China está se tornando um foco da aliança militar. Os membros europeus e norte-americanos e seus parceiros no Indo-Pacífico veem cada vez mais preocupações de segurança compartilhadas provenientes da Rússia e seus apoiadores asiáticos, especialmente a China.
Segundo o comunicado, a “parceria sem limites” da China com a Rússia e seu amplo apoio à base industrial de defesa da Rússia “aumenta a ameaça que a Rússia representa para seus vizinhos e para a segurança euro-atlântica. Apelamos à China, como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas com uma responsabilidade particular de defender os propósitos e princípios da Carta da ONU, que cesse todo apoio material e político ao esforço de guerra da Rússia”.
A China, por sua vez, insiste que não fornece ajuda militar à Rússia, mas mantém fortes laços comerciais com seu vizinho do norte durante o conflito. Os chineses também acusam a Otan de ultrapassar seus limites e incitar a confrontação na região do Indo-Pacífico.