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A quantidade de mulheres feridas por armas de fogo cresceu 42% em um período de três anos, entre 2020 e 2023, indicam dados do DataSUS levantados pelo Instituto Sou da Paz e divulgados neste sábado (8).
Segundo o levantamento, em 2023 -- ano com o levantamento mais recente disponível -- foram registadas 4.395 notificações de mulheres feridas por armas de fogo e que sobreviveram aos ataques. Os números só não foram maiores que os de 2017, pico do levantamento.
Foram 3.104 vítimas ao longo de 2020, ano da pandemia e que teve o menor patamar desde o início da divulgação dos dados, em 2014. Os números cresceram progressivamente depois de 2020, alcançando 3.253 casos em 2021 e 3.580 em 2022.
As maiores altas de mulheres vítimas de armas de fogo, mas que sobreviveram, ocorreram nas regiões Norte e Nordeste (29%) e Sudeste (23%) no período da pesquisa.
O ano com maior pico de registros ocorreu em 2017, com 4.498 mulheres agredidas com armas de fogo. Segundo Cristina Neme, coordenadora do projeto do Instituto Sou da Paz, 2017 foi um ano em que houve pico de forma generalizada na violência letal e não-letal tanto de homens quanto mulheres por conta de conflitos entre facções. Assim, a alta se reflete nos casos não-letais contra mulheres.
Ao longo de 2023, 3.946 mulheres forma vítimas de feminicídio no Brasil. Houve crescimento de 4% nos feminicídios quando comparado com os 3.788 crimes ocorridos em 2022.
Este é o maior número desde 2018, quando foram registrados 4.512 assassinatos de mulheres.
Desde 2014, houve crescimento gradual das mortes em residências, que passaram de 19% à época para os atuais 28%. Por outro lado, o indicador local não especificado caiu de 29% para 21% no mesmo período.
Parte dos dados (ruas e estradas e outros locais) se mantêm próximos ao longo dos anos, com variações de poucos pontos percentuais.