Muito se falou antes do início dos Jogos Olímpicos de Paris que esta seria a Olimpíada das mulheres para o Brasil. Para começar, pela primeira vez na história, elas foram maioria na delegação.
Mas elas não vieram só para participar e conquistaram 12 das 20 medalhas obtidas pelo país na capital francesa.
Como se não bastasse a responsabilidade por 60% dos pódios, elas foram responsáveis por 100% dos ouros. Só estrelas femininas brasileiras subiram no lugar mais alto do pódio: Rebeca Andrade na ginástica artística, Beatriz Souza no judô e a dupla do vôlei de praia formada por Duda e Ana Patrícia.
Foram três ouros, quatro pratas e cinco bronzes conquistados pelas mulheres, que daria ao Brasil o 13º lugar se considerarmos um quadro de medalhas apenas com competições femininas.
Os homens, por sua vez, ganharam apenas três pratas e quatro bronzes, resultados que deixariam o país apenas em 49º lugar num quadro só com as provas masculinas.
Vale lembrar que ganhamos ainda um bronze na equipe mista do judô, prova que misturou homens e mulheres.
Todos esses números reforçam que Paris-2024 foi mesmo a Olimpíada das mulheres. Ninguém ganhou tantas medalhas como Rebeca Andrade, que colocou no peito uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze. Pela primeira vez na história, uma atleta brasileira ganha quatro medalhas numa mesma edição de Jogos Olímpicos, superando o recorde que pertencia a Isaquias Queiroz, que ganhou três na Rio-2016.
É preciso valorizar também a prata do futebol feminino. A seleção brasileira chegou desacreditada em Paris, fez uma péssima primeira fase, mas brilhou no mata-mata ao tirar as donas da casa da França e as espanholas campeãs do mundo. O time de Arthur Elias parou na decisão para os Estados Unidos, mas abriu uma enorme expectativa para a modalidade no país, que será sede da próxima Copa do Mundo.