Foto: Ascom/IMA/AL
O Ministério Público Federal (MPF) recomendou a suspensão das atividades de extração de areia em Feliz Deserto, no litoral Sul de Alagoas até que sejam esclarecidas as causas dos impactos na infraestrutura local. A medida busca prevenir danos ambientais e proteger a segurança dos moradores do entorno, que denunciaram o surgimento de problemas nas estruturas das casas após o início da atividade de mineração na região.
A recomendação é de quarta-feira (12) e foi enviada à Braskem, para que suspenda a compra de areia do fornecedor investigado até a conclusão das apurações; à Agência Nacional de Mineração (ANM), para que suspenda as autorizações de lavra e pedidos de pesquisa relacionados à extração; ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), para que suspenda as licenças ambientais concedidas para a atividade; e à Prefeitura de Feliz Deserto, para que evite conceder novas licenças ou alvarás para a exploração mineral.
Os destinatários têm 5 dias para informar ao MPF se atenderão à recomendação e quais providências serão adotadas.
A recomendação do MPF foi motivada por denúncias de que a extração de areia na região, embora licenciada, estaria causando rachaduras em imóveis, danos a estradas e impactos ambientais. Inspeções do IMA/AL constataram que a atividade estava sendo feita fora das áreas autorizadas, o que resultou em autuações e na suspensão da licença municipal pela prefeitura de Feliz Deserto.
A investigação ganhou relevância porque parte da areia extraída é usada para preencher as cavidades deixadas pela exploração de sal-gema em Maceió, atividade que causou o fenômeno de subsidência (afundamento da superfície da terra) nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. Uma das muitas exigências que a Braskem deve cumprir é garantir que a areia utilizada venha de fontes legalizadas e com o menor impacto ambiental possível, conforme acordo firmado com o MPF, em dezembro de 2020.