Mortes de crianças por xaropes para tosse falsificados deixam India em alerta

Por: Rádio Sampaio com Correio Braziliense
 / Publicado em 08/10/2025

crédito: AFP via Getty Images

 

Um surto de mortes inexplicáveis de crianças em uma pequena cidade no Estado indiano de Madhya Pradesh deixou os trabalhadores de saúde locais em alerta.

Pelo menos 11 vítimas — com idades entre um e seis anos — morreram no mês de setembro, poucos dias após tomarem um xarope para tosse comum.

As autoridades testaram desde a água potável até mosquitos antes de a verdade aparecer: os rins das crianças haviam deixado de funcionar.

Semanas depois, um laboratório estadual na cidade de Chennai, no sul da Índia, confirmou o pior.

O xarope em questão continha 48,6% de dietilenoglicol, um solvente industrial tóxico que nunca deveria ser encontrado em medicamentos. A falência renal é comum após o consumo desse álcool tóxico.

O horror não ficou restrito a Madhya Pradesh.

No Estado vizinho de Rajasthan, a morte de duas crianças pequenas, supostamente após consumirem um xarope de Dextrometorfano — um supressor de tosse que não é seguro para crianças muito pequenas — gerou indignação e uma investigação do governo.

Para a Índia, isso trouxe uma sensação sombria de déjà vu.

Em 2023, xaropes indianos contaminados com dietilenoglicol foram ligados à morte de 70 crianças na Gâmbia e 18 no Uzbequistão.

Entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, pelo menos 12 crianças com menos de cinco anos morreram em Jammu, na Caxemira administrada pela Índia, supostamente por causa de xarope para tosse, com ativistas sugerindo que o número de vítimas pode ter sido maior.

No passado, também houve abuso de xaropes para tosse contendo codeína, um opioide leve que pode produzir euforia em doses altas, levar à dependência e não é recomendado para crianças pequenas.

Cada vez que os reguladores prometem reformas, xaropes contaminados reaparecem — refletindo um mercado de medicamentos fragmentado e, segundo críticos, um sistema regulatório fraco que luta para fiscalizar centenas de xaropes baratos, muitas vezes não aprovados, produzidos por pequenos fabricantes e vendidos sem receita.

Dias após as últimas mortes de crianças, o Ministério da Saúde da Índia pediu o uso "racional" desses medicamentos — efetivamente alertando os médicos para terem mais cautela ao prescrevê-los para crianças pequenas — apreendeu amostras do xarope, suspendeu e proibiu as vendas e ordenou uma investigação.

Wuri Bailo Keita, 33 anos, segura um celular mostrando uma foto dele e de sua falecida filha, Fatoumatta, que se acredita ter morrido de insuficiência renal aguda, em Banjul, em 10 de outubro de 2022. — Nos últimos 3 meses, 69 crianças morreram de insuficiência renal aguda, que se acredita ter sido causada por quatro xaropes para tosse fabricados pela empresa farmacêutica indiana Maiden Pharmaceuticals. As autoridades indianas estão investigando os xaropes fabricados pela empresa farmacêutica local após a Organização Mundial da Saúde afirmar que eles podem ser responsáveis pelas mortes das crianças na Gâmbia.

AFP via Getty Images
Em 2023, xaropes indianos contaminados foram ligados à morte de 70 crianças na Gâmbia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Contato

Rua José e Maria Passos, nº 25
Centro - Palmeira dos Índios - AL.
(82) 99641-3231
TELEFONE FIXO - ESTUDIO:
(82)-3421-4842
SETOR FINANCEIRO: (82) 3421-2289 / 99636-5351
(Flávia Angélica)
COMERCIAL: 
(82) 99344-9999
(Dalmo Gonzaga)
O melhor conteúdo. Todos os direitos reservados. Segurança e privacidade
linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram
Share via
Copy link