O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a flexibilização da medida cautelar que impedia o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública durante o governo Bolsonaro, Anderson Torres, de sair de casa no período noturno e aos finais de semana.
A decisão atende um pedido da defesa, que solicitou a revogação da medida para que o ex-ministro possa visitar e acompanhar a mãe, que enfrenta o tratamento contra o câncer. Ela tem 70 anos e mora com o marido, de 73. O argumento dos advogados é de que o pai de Torres, por conta da idade, não está em condições de cuidar da esposa.
A decisão de Moraes determina a flexibilização dessa medida para que ele possa "visitar e acompanhar a genitora nos cuidados necessários ao tratamento de sua saúde". O ministro restringe o deslocamento de Torres de sua residência para a casa de sua mãe e ao hospital onde está internada.
A decisão tem caráter provisório e não dispensa Torres do cumprimento das demais medidas impostas, como deixar o Distrito Federal.
Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, cadeira que ocupou ao deixar o primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres é investigado em inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) por sabotar o esquema de proteção montado para evitar os ataques às sedes dos Três Poderes.
Na ocasião da invasão e depredação no Palácio do Planalto, o Congresso e a sede do Supremo, Torres estava nos Estados Unidos, sendo preso ao desembarcar no Brasil. Ao determinar a expedição do mandado, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, descreveu as atitudes do delegado como "descaso" e "conivência" e sustentou não haver qualquer justificativa para a omissão do então secretário de Segurança.