Nos últimos dez anos, o número de brasileiros que viraram microempreendedores individuais mais que triplicou. Eram 4,6 milhões em 2014 contra 15,7 milhões em 2023.
Por outro lado, uma pesquisa recente feita pelo Sebrae mostra que, de cada 10 microempreendedores brasileiros, três fecham as portas em um período de até cinco anos de atividade.
"Pelo fato de muitas pessoas pensarem no empreendedorismo como uma porta de entrada para o mercado de trabalho, essas pessoas podem chegar despreparadas. O Brasil ainda é um país muito difícil de empreender por conta das regras e impostos que nós temos", destaca a pesquisadora Janaina Feijó.
Antes de se tornarem MEIs, 60% dos entrevistados trabalhavam de carteira assinada.
"Com carteira assinada, a pessoa recebe pelo INSS, aí já tem uma segurança. Assim não. Assim, se ficar doente, ficar em casa, fica sem receber", diz Naufra Ribeiro Costa, microempreendedora.
"Tem que ter força de vontade, força de vontade e garra. Se não, não consegue não", afirma Creciane da Conceição, microempreendedora.
"Tem que inventar pra vender hoje, ainda mais com internet, compras em sites, então você tem que ser diferente", destaca Ana Paula Cavalcante, microempreendedora.
Cerca de 90% dos microempreendedores ouvidos pela pesquisa, feita entre junho e julho deste ano, estavam operando ativamente — um recorde, segundo o Sebrae.
"São brasileiros, homens e mulheres, que acordam de manhã e nunca desistiram, verdadeiros resilientes que, inclusive, hoje respondem pelo maior número da empregabilidade brasileira", afirma Décio Lima, presidente do Sebrae.