O corpo da menina Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, foi encontrado dentro de um contêiner de lixo, em Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre (RS), na manhã da sexta-feira (9). A mãe da criança é a principal suspeita de ter cometido e crime, e segue presa temporariamente desde sábado (10). A mulher teria torturado e provocado a morte da filha.
Em entrevista a um jornal filiado à TV Globo, o pai de Kerollyn, Matheus Ferreira, informou que ficou sabendo da morte da filha por vizinhos. “A guria dormia na rua, a guria comia comida do lixo, os vizinhos me falaram. Era uma situação que eu não estava sabendo, não estava por dentro do que estava acontecendo”, disse.
A menina morava com a mãe e os irmãos em Guaíba, e o pai vive em Santa Catarina.
“Sempre deixei claro para ela [a mãe]: ‘Cara, se tu não quer cuidar da guria, se tu não tem paciência, então dá a guria para mim, deixa que ela fica comigo, que eu cuido, e não tem problema’. Só que ela [a mãe] nunca quis, ela nunca aceitou”, afirmou Matheus.
O Conselho Tutelar do município informou que acompanhava o caso de Kerollyn e que havia um expediente aberto sobre violação de direitos.
Segundo o Tribunal de Justiça, provas apresentadas pela Polícia Civil indicam que a mãe submetia Kerollyn a intenso sofrimento físico e mental. A investigação apontou, ainda, que a menina seria vítima de “negligência e extrema agressividade”, com características de maus-tratos, abandono de incapaz e tortura.
A mulher, em depoimento, não teria apresentado surpresa ao ser informada da localização de um corpo que poderia ser o da filha. Ela teria, na verdade, ficado com raiva por ser considerada suspeita. A polícia aguarda o resultado de exames de corpo de delito para que a causa da morte da criança seja determinada.