Masoud Pezeshkian: novo presidente do Irã promete acabar com isolamento do país

Por: Rádio Sampaio com G1
 / Publicado em 06/07/2024

O ex cirurgião cardíaco Massoud Pezeshkian é descrito como um político curinga — Foto: Reuters

O reformista Masoud Pezeshkian foi eleito novo presidente do Irã ao superar seu oponente conservador de linha dura, Saeed Jalili.

Pezeshkian, de 70 anos, foi declarado vencedor ao receber 53,3% dos mais de 30 milhões de votos contados no segundo turno do pleito presidencial. Já Jalili recebeu 44,3%.

O segundo turno aconteceu depois que nenhum dos candidatos recebeu a maioria dos votos no primeiro turno realizado em 28 de junho — que teve comparecimento às urnas de 40% do eleitorado, o mais baixo desde a fundação da República Islâmica do Irã em 1979.

O pleito foi convocado depois que o presidente anterior, Ebrahim Raisi, morreu em um acidente de helicóptero em maio. Outras sete pessoas morreram na queda.

Ao saber dos resultados, Pezeshkian agradeceu a seus partidários e pediu a todos os iranianos que o acompanhem na dura tarefa que tem pela frente.

"As eleições terminaram e este é só o começo da nossa aliança", escreveu em sua conta na rede social X.

"O difícil caminho que temos pela frente não será fácil exceto pela companhia, empatia e confiança de vocês. Eu estendo minha mão a vocês e juro que não os abandonarei", disse.

Vídeos publicados nas redes sociais mostraram festas de rua pela vitória de Pezeshkian em Teerã e em várias outras cidades do país.

As imagens mostravam muitos jovens dançando e balançando a bandeira verde, que é característica de sua campanha, entre carros que buzinavam.

Reforma sem ruptura

Pezeshkian, que é cirurgião cardíaco e parlamentar, criticiou a polêmica polícia moral do Irã e chamou atenção por prometer tentar acabar com o fim do isolamento iraniano no mundo.

O presidente eleito pediu "negociações construtivas" com as potências ocidentais sobre a renovação do acordo nuclear de 2015 — no qual o Irã acordou frear seu programa nuclear em troca por um alívio de sanções ocidentais.

No entanto, Pezeshkian não pode ser considerado uma pessoa que defende uma ruptura. Pelo contrário, sua carreira deixa claro o seu apego pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.

"Sou um 'principista' (pessoa que defende os conceitos que sustentam a República Islâmica) e a partir destes princípios é que buscamos reformas", disse ele, durante a campanha.

Experiência

Pezeshkian também não é novato na política, pois já foi parlamentar durante cinco legislaturas.

Em sua passagem pelo Parlamento, ele gerou polêmica por defender a descriminalização das drogas.

"Desde que o governo não se transforme no provedor das drogas, não conseguimos frear o vício", disse.

Entre 2001 e 2005, ele foi ministro da Saúde durante o segundo governo de Mohammad Khatami (1997-2005), que é considerado o primeiro presidente reformista da República Islâmica.

Khatami apoiou a candidatura de seu antigo ministro, assim como fez Mehdi Karrubi, um clérigo dissidente que em 2009 tentou chegar à Presidência do Irã nas questionadas eleições daquele ano, e que desde então está em prisão domiciliar, segundo o serviço de notícias em farsi da BBC.

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