Dinho e Célia Alves — Foto: Reprodução/Web e Acervo Pessoal
Trinta anos se passaram desde que o Brasil perdeu um de seus grupos musicais mais queridos. No dia 2 de março de 1996, um acidente aéreo fatal vitimou os cinco integrantes da banda Mamonas Assassinas : Dinho, Bento Hinoto, Samuel Reoli, Júlio Rasec e Sérgio Reoli.
Agora, Dona Célia, mãe do vocalista, conta sua história no livro Indo Além da Dor, escrito por William Barros. Em entrevista exclusiva à Quem, ela revela detalhes sobre os últimos dias do filho, memórias íntimas, sonhos e reflexões sobre três décadas sem Dinho.
Segundo Célia, o livro estava pronto há seis anos, mas apenas em maio de 2025 todos os detalhes foram finalizados. "Creio que era para ser agora mesmo. Deus preparou esse momento", reflete ela, que sempre coloca a fé em suas palavras.
Questionada sobre como foi para ela revisitar o passado, ela afirma que "gosta sempre de lembrar com gratidão" do que viveu. "A vida passa tão rápido, quando a gente vê, já se foram trinta anos. Mas agradeço a Deus todos os dias por ter me dado o privilégio de ser mãe de um filho tão especial como o Dinho. Ele foi e continua sendo muito amado. Se tornou inesquecível, não só pra mim, mas pra tanta gente que sente saudade. No meu coração, guardo as alegrias que ele deixou, não a tragédia."
Longe dos palcos e da fama repentina, Dinho era um jovem de fé simples e coração imenso. "Meu filho era muito amoroso", lembra Dona Célia. "No dia da última viagem, ele se despediu de mim com muitos abraços e beijos, como sempre fazia. Era um menino muito carinhoso, muito ligado à família."
A mãe revela que o filho foi criado na igreja e mantinha uma relação sincera com a espiritualidade: "Ele foi criado na igreja, aprendeu desde pequeno a temer a Deus. Sempre falei de Jesus pra ele e continuo falando até hoje para os meus filhos e netos… Falo sempre do amor de Deus. Ele tinha uma fé simples, mas sincera. Era grato por tudo, e isso era bonito de ver."
O livro promete trazer à tona histórias nunca antes contadas sobre os últimos dias de Dinho. "Tem muita coisa bonita e surpreendente. São memórias que me emocionam até hoje", adianta Dona Célia. "Tem momentos para sorrir e outros para chorar… É muita emoção misturada. Conto diversos fatos e acontecimentos, algumas histórias nunca contadas antes, e que agora vêm à tona com muito amor."
Sobre o misterioso "segredo surpreendente" relacionado ao acidente e mencionado no livro, Célia prefere manter o mistério. "Não gosto de falar muito sobre essa questão do acidente, o que eu falei está no livro. Mas o que eu gostaria de evidenciar, é o quanto fico feliz em poder estar, hoje, dizendo para todos o quanto Deus é bom o tempo todo. Mesmo na dor, Ele continua sendo bom."