O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou posse para o seu terceiro mandato consecutivo no país na manhã desta sexta-feira, apesar de evidências confiáveis de que seu oponente venceu as últimas eleições e em meio a protestos contra seu plano de permanecer mais seis anos no poder. O evento da posse do líder chavista foi organizado pela Assembleia Nacional, também controlada pelo partido governista, no Palácio Federal Legislativo, em Caracas.
"Eu juro que este novo mandato presidencial será o mandato da paz" — disse Maduro diante do presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, que respondeu declarando o líder chavista como presidente constitucional da República Bolivariana de Venezuela.
A oposição qualificou a posse do governante como “golpe de Estado”. Em comunicado, a principal coalizão opositora, a Plataforma Unitária, disse: “Com a usurpação do poder por parte de Nicolás Maduro (...), apoiado pela força bruta e desconhecendo a soberania popular expressa de forma contundente em 28 de julho passado, consumou-se um golpe de Estado. González Urrutia é quem deve ser empossado”.
Líderes internacionais condenaram o governo por reprimir as vozes da oposição e exigiram sua libertação. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, um aliado próximo de Maduro, declarou que não compareceria devido às detenções, no início da semana, de outro opositor venezuelano e de um defensor dos direitos humanos.
O Governo Lula continuará sem reconhecer Maduro ou González Urrutia como presidente, embora resista romper completamente as relações diplomáticas com o país vizinho.