Um Macaco-prego-galego, espécie ameaçada de extinção, foi resgatado nesta terça-feira (26) na cidade de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas. Ele foi encontrado em situação de maus-tratos por integrantes da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco).
O animal estava estava acorrentado pelo pescoço, sob o sol, sem comida e sem água, em um sítio na zona rural da cidade. A equipe de Fauna recebeu a denúncia anônima e constatou a situação. A espécie tem ocorrência no bioma Caatinga.
Durante a ação, a esposa do homem que mantinha o macaco amarrado pelo pescoço e sob o sol levou até ele um recipiente com macarrão e leite, o que não ajuda em nada na nutrição e recuperação física do primata.
No mesmo local havia uma Jandaia-verdadeira, cuja manutenção em cativeiro também é proibida. Os animais foram resgatados e transportados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Maceió, onde serão avaliados e vão passar por cuidados de profissionais.
O homem que mantinha o macaco acorrentado no quintal de casa e a Jandaia engaiolada vai responder a um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), lavrado pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), que coordena a equipe Fauna da FPI, emitiu dois autos de infração e um termo de apreensão, com prazo para defesa perante o próprio IMA.
Tanto no TCO quanto nos autos do IMA, foram registrados os agravantes de o macaco ser ameaçado de extinção e estar em condições de maus tratos.
"Tanto o primata quanto o psitacídeo são espécies que vivem em grupos, ou seja, não são animais de hábitos solitários. Ademais, o manejo dessas espécies em cativeiro demanda conhecimentos específicos, sobretudo em cativeiros ilegais, que fomentam, desse modo, a extinção das espécies", salientou Rafael Cordeiro, coordenador da equipe Fauna da FPI, que ressaltou ainda que ambos os bichos estavam sendo alimentados com comida inapropriada.
Manter em cativeiro animais típicos dos biomas brasileiros sem autorização dos órgãos competentes é crime. Quem tiver conhecimento de qualquer situação pode fazer denúncia anônima ao IMA ou ao BPA.