Ataques israelenses atingiram, na terça-feira (26), três áreas no norte do Líbano, perto da fronteira com a Síria, segundo o ministro dos Transportes libanês, Ali Hamieh. A informação foi divulgada pela agência Reuters.
O ministro afirmou que ainda não está claro se os ataques tinham como objetivo bloquear as passagens terrestres. Nas últimas semanas, ataques israelenses nas rotas do Líbano já haviam fechado vias para a Síria. De acordo com a TV estatal síria, 10 pessoas ficaram feridas, sendo três em estado crítico.
Os ataques ocorreram logo após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar um acordo de cessar-fogo entre o Líbano e Israel. O cessar-fogo, que terá duração de 60 dias, começa às 16h (horário de Brasília) desta quarta-feira (27). Os governos dos EUA e da França serão os responsáveis por garantir o acordo, que prevê a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano e o recuo das forças do Hezbollah.
Logo após o ataque, o Hezbollah afirmou ter lançado drones contra "alvos militares sensíveis" em Tel Aviv, no território israelense. O grupo, apoiado pelo Irã, justificou a ação como uma resposta ao ataque israelense a Beirute e aos massacres contra civis.
A proposta de cessar-fogo vem sendo discutida desde outubro. O texto põe fim às hostilidades entre Israel e Hezbollah e estabelece um cessar-fogo permanente, bem como a criação de uma “zona tampão” no Líbano – sede do grupo.
Apesar do acordo ter sido implementado há quase duas décadas, o governo libanês afirma que Israel já violou a resolução mais de 7 mil vezes. O mesmo é dito pela Organização das nações Unidas (ONU), que conta com mais de 10 mil soldados de paz ao longo da fronteira sul do Líbano e fronteira norte de Israel, a chamada “Linha Azul”, para monitorar o cumprimento da resolução.
Na proposta de cessar-fogo, os países determinaram que o exército libanês e os soldados de paz da ONU serão as únicas forças armadas na Linha Azul. Também foi estipulado que o Líbano desarme, em até 60 dias, qualquer grupo militar não oficial no sul do país, como o Hezbollah, e que, em caso de ameaça, Israel terá o direito de responder.
A implementação do acordo será supervisionada por um comitê internacional, integrado por cinco países e liderado pelos Estados Unidos. Caso Israel ou o Líbano não cumpram as determinações, ambos estarão sujeitos a sanções econômicas.