O jornalista árabe Ismail al-Ghoul e seu cinegrafista Rami al-Refee, do jornal Al Jazeera, foram mortos durante um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza nesta quarta-feira (31). Eles estavam em um campo de refugiados em Shati, a oeste da cidade de Gaza. Israel não comentou sobre o caso.
Eles faziam uma reportagem perto da casa do líder político do Hamas assassinado, Ismail Haniyeh. O membro do grupo extremista foi morto em um ataque aéreo em Teerã na madrugada desta quarta (31).
Os dois foram levados a um hospital, mas não sobreviveram. ''Ismail estava transmitindo o sofrimento dos palestinos deslocados e o sofrimento dos feridos, além dos massacres cometidos por Israel contra o povo inocente em Gaza'', disse uma colega de trabalho.
Mohamed Moawad, editor-chefe do Al Jazeera, compartilhou uma carta enviada recentemente por Ismail. ''Já não é fácil para mim estar diante das filas de caixões ou ver mais mortos do que vivos que lutam contra a morte debaixo das suas casas. Estou cansado, meu amigo'', dizia a mensagem.
Segundo levantamento preliminar do CPJ (Comitê para Proteção de Jornalistas), pelo menos 111 profissionais da mídia morreram na cobertura. Já o escritório de comunicação do governo de Gaza estima em 165 o número de jornalistas palestinos mortos na guerra entre Israel e Hamas.
Al Jazeera teve quatro funcionários mortos desde o dia 7 de outubro de 2023. ''Esse não é apenas um padrão que vimos neste conflito, parece ser parte de uma estratégia israelense mais ampla que visa sufocas as informações que saem de Gaza'', afirmou Jodie Gomsber, presidente do CPJ.