Lionel Messi levanta a taça da Copa América-2024, o segundo caneco seguido da competição e o 16º da história
Foto: Charly Triballeau/AFP via Getty Images / Jogada10
Após demitir o subsecretário de esportes Julio Garro- que cobrou de Lionel Messi e da Associação de Futebol da Argentina (AFA) um pedido de desculpas pelo cântico racista dos jogadores da seleção argentina -o presidente do país, Javier Milei, afirmou que o governo não pode "dizer à seleção o que comentar, pensar ou fazer".
A polêmica começou na celebração do título da Copa América, conquistado domingo. No ônibus, alguns jogadores cantaram uma música xenofóbica e racista contra jogadores da França, transmitida por uma live feita pelo meia Enzo Fernández.
Messi não aparece nas imagens cantando a música, mas ainda assim o então subsecretário Julio Garro afirmou que o capitão da seleção, e o presidente da AFA, Claudio Tapia, deviam pedir desculpas oficiais. Logo depois, Garro tentou voltar atrás e negar a cobrança, mas àquela altura ele já estava na mira de Milei, que respostou no Twitter diversas críticas à cobrança do subsecretário.
Enzo pede desculpas e recebe apoio da família
Fora da Argentina, porém, a repercussão foi oposta. A FIFA e o Chelsea, clube onde joga Enzo Fernández, abriram investigação sobre o caso. Pivô da polêmica, Enzo pediu desculpas pela música. Pai do volante argentino, Raúl Fernández afirmou ao site "El Gráfico" que Enzo recebeu apoio familiar após a acusação de racismo, reforçando a ideia de que a polêmica é fruto da visão europeia sobre o caso.
"Sei o que meu filho é, e ele não é isso! É difícil que um europeu entenda nosso folclore de futebol. Ele gravou esse vídeo em um momento inoportuno, nem percebeu o que estavam cantando - afirmou o pai de Enzo Fernández, citando exemplos de provocações de outras seleções contra a Argentina.
Em 2014, quando a Alemanha nos ganhou (na final da Copa), imitavam o nosso jeito de andar e nos tratavam como ignorantes. Em 2018, a França provocava Messi por sua estatura. Nunca dizemos que nos discriminavam - disse.
A letra da música polêmica
"Eles jogam pela França
mas são de Angola
que bom que eles vão correr
se relacionam com transexuais
a mãe deles é nigeriana
o pai deles cambojano
mas no passaporte: francês", diz a letra da música.