Até 2030, a Islândia poderá se tornar o primeiro país a receber energia solar do espaço. As empresas islandesas Reykjavik Energy e Transition Labs se uniram à Space Solar, sediada no Reino Unido, para desenvolver uma usina de energia solar baseada no espaço capaz de produzir até 30 megawatts de eletricidade.
De acordo com estimativas dos pesquisadores, essa produção tem o potencial de abastecer entre 1.500 e 3.000 residências na Islândia. Até 2036, os cientistas esperam expandir o projeto para fornecer gigawatts – unidade de medida mil vezes maior que megawatts.
Mas isso pode não ser tão fácil. Em fevereiro de 2024, um grupo de engenheiros do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) demonstrou que é de fato possível obter energia solar do espaço, embora eles só tenham conseguido enviar miliwatts (unidade um bilhão de vezes inferior a megawatts) para a Terra.
Há vários lugares na terra onde a energia solar pode ser aproveitada. Mas mesmo nessas áreas não é possível recebê-la constantemente. No espaço, entretanto, isso é possível.
A Space Solar afirmou, em um comunicado, que essa energia está disponível “independentemente do clima ou da cobertura de nuvens, e a custos de eletricidade semelhantes aos de energias renováveis intermitentes”.
“A energia solar espacial oferece vantagens inigualáveis, com custos competitivos e disponibilidade 24 horas por dia, sete dias por semana”, afirmou Martin Soltau, codiretor executivo da Space Solar, no documento.
O plano é absorver a luz solar no espaço por meio de um grande satélite em órbita da Terra, que será equipado com painéis solares. Esse objeto transmitirá a energia em ondas de rádio para uma estação na Terra, onde ocorrerá o processo de conversão em eletricidade.
E não é apenas a Islândia que poderia ser beneficiada com energia solar espacial. Os gerentes de projeto veem o Canadá e o norte do Japão como possíveis áreas para expandir as estações receptoras, à medida que a constelação de usinas de energia se desenvolver.
“Em um momento de rápido aumento da demanda global de energia, essa nova tecnologia energética tem o potencial de ajudar a colocar o mundo no caminho de um futuro livre de carbono”, diz o comunicado.