Homem que sobreviveu a tentativa de injeção letal é executado nos EUA por asfixia com gás nitrogênio; método é condenado pela ONU

Por: Rádio Sampaio com G1
 / Publicado em 27/09/2024

Alan Miller, de 59 anos, foi executado por asfixia de nitrogênio em 26 de setembro de 2024 no Alabama. Ele foi condenado por triplo homicídio em 1999. — Foto: Reprodução/Departmento de Correção do Alabama

O Alabama executou um prisioneiro pelo método de asfixia por gás nitrogênio nesta quinta-feira (26), o segundo caso do tipo na história nos EUA.

Na asfixia por nitrogênio sofrida por Alan Miller, de 59 anos, uma máscara é colocada sobre a cabeça do preso, forçando a inalar nitrogênio puro. O método é controverso e foi condenado pela ONU quando a primeira morte com o método ocorreu, em janeiro.

Segundo especialistas do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), a asfixia por nitrogênio violaria a proibição de tortura e de outras penas cruéis, desumanas ou degradantes.

O homem sobreviveu a uma tentativa de execução por injeção letal em 2022, que não deu certo porque enfermeiras não conseguiram encontrar uma veia do prisioneiro após mais de uma hora tentando.

Entenda o caso

Miller foi sentenciado à morte após ser condenado por matar três homens durante tiroteios consecutivos no local de trabalho em 1999. Ele trabalhava com motorista de caminhão de entregas.

Os mortos eram colegas de trabalho e tinham 28, 32 e 39 anos respectivamente. Uma testemunha no julgamento indicou que Miller estava paranoico e acreditava que seus colegas estavam espalhando rumores sobre ele.

Alan Miller inicialmente se declarou inocente por motivo de insanidade, mas depois retirou a alegação. Um psiquiatra contratado pela defesa disse que ele era mentalmente doente, porém sua condição não era grave o suficiente para ser usada como base para uma defesa de insanidade, de acordo com documentos do tribunal.

Os jurados condenaram Miller após 20 minutos de deliberação e recomendaram por uma votação de 10 a 2 que ele recebesse a pena de morte.

Execução de Miller

O homem foi declarado morto às 18h30, pelo horário local. Ele tremeu e se contorceu na maca por cerca de dois minutos, com o corpo, às vezes, puxando contra as amarras. Depois, passou cerca de seis minutos com a respiração ofegante antes de ficar imóvel.

“Eu não fiz nada para estar aqui,” disse Miller em suas últimas palavras, que estavam, em certos momentos, abafadas pela máscara de gás com bordas azuis que cobria seu rosto.

Durante a execução, Miller também pediu a sua família e amigos para “cuidarem” de alguém, mas não ficou claro de quem ele estava falando.

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