Um americano do estado de Wisconsin, que fingiu seu próprio afogamento e deixou sua esposa e três filhos para recomeçar a vida na Europa Oriental, retornou voluntariamente aos EUA depois de cerca de quatro meses e está sob custódia. A história foi detalhada pelas autoridades policiais locais na quarta-feira (11).
Ryan Borgwardt "voltou sozinho" por causa de sua família, disse o xerife do condado de Green Lake, Mark Podoll, durante uma breve entrevista coletiva. "Podemos ficar aliviados", disse Podoll.
Borgwardt, 45, desembarcou na terça-feira (10) e ficou detido na prisão do distrito até comparecer ao tribunal à tarde. O xerife disse que seu escritório recomendou uma série de acusações, incluindo obstrução de Justiça.
O xerife Mark Podoll se recusou a dizer especificamente onde Borgwardt esteve desde que desapareceu e desviou uma pergunta sobre quaisquer conversas que possam tê-lo persuadido a retornar. "Isso vai depender dele algum dia. Não vamos liberar isso. ... Trouxemos um pai de volta", disse Podoll.
Ryan Borgwardt disse às autoridades que fingiu sua morte por “questões pessoais”, disse o xerife. Ele afirmou que, em meados de agosto, viajou para cerca de 80 km de distância da sua casa em Watertown até Green Lake, onde virou seu caiaque, largou seu telefone e depois remou em um barco inflável até a costa. Ele disse que escolheu aquele lago porque é o mais profundo de Wisconsin.
Uma análise de um laptop – não ficou claro a quem o aparelho pertencia – revelou um rastro digital que mostra que Borgwardt planejava ir para a Europa e tentou enganar os investigadores.
O disco rígido do laptop foi substituído e os navegadores limpos no dia em que Borgwardt desapareceu, disse Podoll. Os investigadores encontraram fotos de passaporte, perguntas sobre transferência de fundos para bancos estrangeiros e comunicação com uma mulher do Uzbequistão. Eles também descobriram que Borgwardt também fez uma apólice de seguro de vida de US$ 375 mil (R$ 2,26 milhões) em janeiro.
Em 11 de novembro, os policiais americanos finalmente fizeram contato com Borgwardt. Ele lhes enviou um vídeo dele mesmo vestindo uma camiseta laranja e sem sorrir. O homem disse no vídeo que estava em seu apartamento e girou brevemente a câmera, mas mostrou apenas uma porta e paredes nuas. Ele não disse onde estava.
O gabinete do xerife disse que a busca pelo corpo de Borgwardt, que durou mais de um mês, custou pelo menos US$ 35 mil (R$ 210 mil). O xerife disse que Borgwardt afirmou às autoridades que não esperava que a busca durasse mais de duas semanas.