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A Polícia Federal (PF) desvendou mais um capítulo do escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelando uma teia de corrupção que envolve diretamente deputados e senadores. A investigação aponta que pelo menos 15 parlamentares — de direita e de esquerda — estariam recebendo propinas mensais de até R$ 50 mil. O dinheiro seria repassado por associações e instituições financeiras envolvidas em esquemas de descontos indevidos nos benefícios de aposentados.
Durante as apurações, a PF apreendeu cadernos com anotações que indicam a partilha da propina. Além disso, documentos periciados revelaram impressões digitais de políticos com influência direta sobre decisões dentro do INSS. Segundo os investigadores, os parlamentares facilitavam o acesso aos dados dos aposentados, indicavam servidores estratégicos e até atuavam para influenciar o alto comando do instituto, que também está sob suspeita.
O esquema contava com o apoio de associações que prometem, agora, colaborar com as investigações. Dirigentes dessas entidades devem prestar depoimento nos próximos dias, revelando os bastidores da articulação política por trás das fraudes.
Em entrevista, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, anunciou que o governo iniciará o processo de indenização das vítimas ainda antes do fim do ano. No entanto, não esclareceu de onde virão os recursos para o pagamento. “Ao final de tudo, ficarão poucas e boas associações fazendo esse trabalho de atendimento aos aposentados”, declarou, sinalizando que parte das entidades envolvidas poderá continuar atuando junto ao INSS.
Enquanto isso, a Câmara dos Deputados aprovou com urgência um projeto que prevê o fim dos descontos automáticos nos benefícios previdenciários, em uma tentativa de frear novas fraudes.
Nesta sexta-feira, os Correios iniciaram o atendimento às vítimas do golpe, que esperam respostas e reparações diante de mais um escândalo que abala a credibilidade do sistema previdenciário brasileiro.
O caso ainda está em fase de investigação, mas já sinaliza uma crise profunda no INSS — e coloca em xeque a relação entre entidades, instituições financeiras e representantes eleitos.