
Foto: Ubirajara Machado/MDS
O governo federal anunciou a criação da Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil — acima do teto anterior de R$ 8 mil. A medida busca ampliar o acesso à casa própria, com juros mais baixos e condições facilitadas de financiamento, especialmente para a classe média.
As novas regras entrarão em vigor no início de maio, com previsão de 100 mil novas moradias disponíveis nessa faixa. Os financiamentos poderão ter prazo de até 420 meses, com taxa de juros de 10,5% ao ano — abaixo dos 11,5% aplicados no mercado tradicional — e teto de R$ 500 mil por imóvel.
Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a ampliação representa um esforço conjunto entre governo, setor privado e movimentos sociais para garantir acesso à moradia e diversificar o financiamento habitacional. A estimativa é atender até 120 mil famílias com a nova faixa.
Do ponto de vista financeiro, os recursos virão do FGTS e do Fundo Social do pré-sal, somando R$ 30 bilhões em 2025. Apesar de críticas, analistas afirmam que a operação segue as regras fiscais, por se tratar de despesa financeira e não gasto primário.
O setor da construção civil vê a novidade como positiva. Segundo especialistas, a redução dos juros pode gerar economia de até R$ 27 mil ao longo do contrato para imóveis financiados em longo prazo. A expectativa é de que a medida impulsione as vendas e contribua para reduzir o déficit habitacional no Brasil.
A criação da Faixa 4 também é vista como um gesto político do governo Lula à classe média, especialmente com a proximidade das eleições de 2026 e a promessa de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda a partir do próximo ano.