Em meio à crise de saúde, vila italiana proíbe moradores de ficarem doentes

Por: Rádio Sampaio com Correio Braziliense
 / Publicado em 10/01/2025

Há quase 15 anos, a região da Calábria sofre com má gestão política e interferência da máfia local. Falta de hospitais afeta diretamente a população - (crédito: Wikimedia)

Desespero e ironia caracterizam a ação tomada pelo prefeito de Belcastro, comuna localizada na ponta da "bota" da Itália. Na pequena vila italiana, a população foi proibida de ficar doente, sofrer acidentes e até mesmo de sair de casa. Qualquer situação que represente risco à saúde dos moradores deve ser evitada.

Antonio Torchia, prefeito da região, decretou a medida para destacar o grande problema de falta de saúde na vila. Em entrevista à rede britânica BBC, ele explica: “Obviamente, é uma provocação humorística.

Segundo Torchia, o destaque midiático resultante da lei foi a forma que encontrou de chamar atenção ao descaso com a saúde dos cidadãos. Desde junho, o prefeito havia solicitado às autoridades sanitárias regionais auxílio para suprir as deficiências do sistema de saúde de Belcastro, mas não obteve a ajuda.

Entre os 1.200 moradores da vila, quase metade têm mais de 65 anos, grupo com mais necessidade de auxílio médico. Apesar da faixa etária predominante do local, o hospital mais próximo de Belcastro fica a mais de 45 km de distância e só pode ser acessado por uma estrada com limite de velocidade de 30 km/h.

Embora dentro da vila exista apenas um consultório médico, ele só atende casos simples de saúde e não funciona em fins de semana, feriados e após o horário comercial.

Ao site italiano Notizie.it, Torchia comenta: “É inadmissível que se ignore um direito consagrado na Constituição. A falta de um serviço de emergência médica não é apenas um problema local, também se trata de um problema de saúde pública que requer intervenção imediata das autoridades competentes.”

Há quase 15 anos, a região da Calábria sofre com má gestão política e interferência da máfia local. O sistema de saúde de muitos povoados foi dizimado quando administrado pelo governo central, em Roma. Desde 2009, 18 hospitais fecharam e cerca de metade dos quase 2 milhões de moradores da Calábria buscam ajuda médica fora da região.

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