Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva — Foto: Ramil Sitdikov/SPUTNIK/AFP e Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Lula (PT) conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (27), sobre agendas bilaterais e futuro dos Brics, que o Brasil preside neste ano, em meio à crise de deportações dos Estados Unidos —que, segundo o Itamaraty, não entrou na conversa.
Os dois conversaram por telefone, em ligação de fora da agenda. Segundo o Itamaraty, a guerra da Ucrânia foi um dos principais assuntos e o brasileiro teria reforçado o compromisso com um cessar-fogo —Lula é frequentemente criticado, em especial por europeus, pela relação com o russo.
A conversa se dá em meio à crise de deportação dos Estados Unidos. Segundo a nota do Ministério das Relações Exteriores, o assunto não foi tratado, mas especialistas e pessoas ligadas ao governo brasileiro apontam que, sob o presidente norte-americano, Donald Trump, o fortalecimento das parcerias que não passem por Washington, em especial dentro dos Brics, fica "cada vez mais natural”.
O telefonema foi acompanhado pelo chanceler Mauro Vieira e o ex-chanceler Celso Amorim. O governo deverá realizar outra reunião nesta terça (28) para debater possíveis reações e posicionamentos frente à ofensiva de Trump contra imigrantes.
O presidente Lula foi ainda convidado para a comemoração dos 80 anos da vitória da Segunda Guerra. A data, marcada para 9 de maio, é hoje a comemoração mais importante da Rússia, celebrada desde os tempos da União Soviética, quando o Exército Vermelho tomou Berlim.
"O presidente agradeceu o convite e indicou intenção de comparecer", diz a nota. Seria a primeira vez que os dois se encontram presencialmente neste mandato. Pela mesma restrição, Putin não veio ao G20 no Brasil, em novembro, e, por causa da queda no banheiro, Lula não foi aos Brics em Kazan, na Rússia, em outubro.