DPU entra em acordo com mineradora para melhorar defesas civis e realizar estudos de tremores em Craíbas

Por: Rádio Sampaio com G1
 / Publicado em 28/11/2024

Mineradora e DPU entram em acordo para garantir melhorias e realizar estudos sismológico em área de mineração em Craíbas — Foto: Reprodução/TV Globo

A Defensoria Pública da União (DPU) e a Mineradora Vale Verde (MVV) entraram em um acordo para garantir melhorias nas defesas civis dos municípios de Craíbas e Arapiraca, no interior alagoano. Um impasse na Justiça Federal de Alagoas estava impedindo o avanço nos estudos técnicos para verificar o impacto da extração de cobre em Craíbas. A informação do acordo foi divulgada nesta quinta-feira (28), no AL TV 2ª Edição.

De acordo com a DPU, a 8ª Vara da Justiça Federal em Alagoas realizou, no último dia 19, uma audiência de conciliação. A estruturação das defesas civis ficou acertado acontecer dentro de um prazo de 15 dias. Entre as melhorias fornecidas estão veículos para as unidades, GPS, drone, Equipamentos de Proteção Individual (EPI), bússola, entre outros.

Em junho de 2023, a DPU deu entrada em uma ação civil pública e determinou a instalação de equipamentos para saber as causas e medir a intensidade dos tremores. Ao redor da área da mineração existem mais de 400 casas com paredes rachadas. De acordo com a Defesa Civil, os imóveis correm risco de desabamento.

Em relação aos estudos técnicos, a MVV deve apresentar, em até 30 dias, orçamentos para a realização dos estudos sismológicos feitos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pela Universidade de Brasília (UNB) e pela Universidade Federal de São Paulo (USP). Um orçamento da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) já foi apresentado.

Impactos ambientais e na saúde dos moradores

As primeiras rachaduras nas casas nos arredores da área de exploração casas surgiram em 2021, logo após a Vale Verde começar a extrair cobre na Mina Serrote, que é a céu aberto e tem vida útil estimada em 14 anos. A maioria dos moradores depende da agricultura para sobreviver, mas a exploração na região afetou a atividade.

Segundo os órgãos federais, a poeira da mineração causa problemas respiratórios nos moradores da região. Além disso, as pessoas convivem com a incerteza quanto a continuar morando no local e com os impactos econômicos que provocaram a morte de animais e prejuízos na produção agrícola.

A mina tem capacidade de pouco mais de 4 milhões de toneladas de cobre por mês. O gerente da empresa descarta que as explosões sejam responsáveis pelas rachaduras e diz que as operações estão dentro do permitido pelos órgãos reguladores.

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