O clima tenso das eleições em Junqueiro acabou se refletindo na Assembleia Legislativa (ALE). O deputado André Silva (Republicanos), irmão do prefeito reeleito Leandro Silva (MDB), fez um discurso e defendeu sua mãe, Rejane Silva, e seu irmão, Valdir Silva - ambos foragidos desde que a Justiça decretou suas prisões. Eles são acusados de envolvimento no planejamento da emboscada que resultou na morte do blogueiro Adriano Farias, em junho deste ano.
O blogueiro foi baleado com quatro tiros e, desde o início das investigações, a oposição tem apontado uma motivação política para o crime. O deputado Fernando Pereira (PP) foi um dos que sempre levantou essa hipótese na ALE.
André Silva afirmou que sua família vem sofrendo ataques e perseguições políticas por parte da família Pereira desde que eles assumiram o poder nas últimas eleições. "É com indignação que assisto a essa tentativa de manipulação de fatos e o uso de uma tragédia como ferramenta de ataques políticos. Para entender essa situação, é preciso lembrar o que representa a família Silva e o caminho que percorreu até aqui", destacou o parlamentar em seu discurso na Tribuna da Casa.
O parlamentar lembrou fatos políticos da cidade e criticou a atuação de Fernando Pereira durante a campanha deste ano, considerando-a antiética e antidemocrática. "Eles optaram por um caminho desonesto para imputar uma tragédia à minha família", disse.
André também mencionou que, pouco depois da morte de Adriano Farias, Fernando Pereira usou a tribuna da ALE para direcionar a investigação e a opinião pública contra a família Silva. "Não parou por aí. Mandou espalhar outdoors, organizou missa de 90 dias, algo que nunca fez nem pelo pai nem por outros familiares", afirmou.
Em outro momento, ele acusou seu adversário de usar sites e redes sociais durante a campanha para intensificar os ataques à sua família e sugerir uma ligação com o crime.
OUTRO LADO
O deputado Fernando Pereira também se pronunciou na ALE. Ele negou qualquer tentativa de perseguição ou ataque à família Silva. Com voz calma, disse: "Eu trabalho durante o período eleitoral e deixo que o povo decida. Nunca, em período eleitoral, entramos com processos contra vocês (Silva). Acabou a eleição, acabou tudo."
Sobre as acusações relacionadas ao crime de Adriano Farias, Pereira afirmou que a investigação foi conduzida pelo delegado e encaminhada ao Ministério Público, cabendo à Justiça decidir. "Se Rejane ou Valdir são culpados, não sou eu quem vai dizer, é a Justiça. Quem vai dar os caminhos são as provas", disse ele.
Ele também fez referência a episódios de agressões e perseguições a membros de sua equipe, incluindo panfleteiros de sua campanha, e a depredação de um carro. "Vossa excelência e outros membros da sua família vieram até minha casa me provocar e até depredaram um carro. Quem está resolvendo o problema é a Justiça", afirmou Pereira.