A Coreia do Norte aprovou, na quarta-feira (16), uma mudança na Constituição para classificar a Coreia do Sul como "Estado hostil", ou seja, inimigo. A decisão, segundo a agência estatal KCNA, foi tomada em meio às provocações políticas e militares por parte de Seul, que está conduzindo os países “à beira de uma guerra”.
O tema vinha sendo discutido entre os parlamentares norte-coreanos desde a última semana. Com a aprovação, o líder Kim Jong-un cumpre mais uma promessa em relação à concretização da separação definitiva dos países.
A mudança aconteceu um dia após a Coreia do Norte destruir várias estradas, na chamada Zona Desmilitarizada – que liga o território com a Coreia do Sul. As explosões ocorreram em resposta aos exercícios militares sul-coreanos realizados em parceria com os Estados Unidos e à divulgação de propaganda contra o governo de Kim.
As ações acendem um alerta ao governo sul-coreano, já que as duas Coreias têm vivido uma espécie de Guerra Fria nos últimos meses. Além de suspender o diálogo diplomático com Seul, a Coreia do Norte vem construindo estruturas de defesa ao longo da fronteira, incluindo a instalação de minas terrestres e barreiras antitanque.
O temor é que as tensões partam para um conflito armado, já que Pyongyang vem aumentando significativamente os testes balísticos nos últimos anos. Apenas em 2024, o país fez dezenas de lançamentos de mísseis de cruzeiros, que são projetados para viajar em velocidades supersônicas e liberar ogivas em longas distâncias com alta precisão.