Os parlamentares chegam à última semana do ano legislativo com uma agenda recheada de matérias econômicas no Congresso Nacional. O recesso começa oficialmente na segunda-feira (23), mas deputados e senadores correm contra o tempo para entregar as votações de propostas de interesse dos poderes Executivo e Legislativo. As discussões envolvendo o governo e o parlamento sobre a liberação de emendas jogaram para a última semana antes do recesso a votação do pacote fiscal do governo.
Além disso, deputados e senadores precisam votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Orçamento de 2025 (LOA) até sexta-feira (20). A LDO estabelece as regras para a elaboração do Orçamento do ano seguinte. Cabe ao texto definir, por exemplo, o nível de equilíbrio entre receitas e despesas federais. A LOA fixa as receitas e despesas do governo para o ano seguinte.
O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), afirmou que o colegiado vai analisar a LDO na terça-feira (17) e a LOA na quarta-feira (18).
Está programada para quinta-feira (19) a sessão conjunta do Congresso Nacional para analisar as duas propostas, mas o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou que a sessão pode ser realizada na sexta (20) se for necessário.
Também devem entrar na pauta do Congresso vetos presidenciais e projetos de lei do Congresso Nacional que tratam sobre matéria orçamentária.
A Câmara também deve analisar nesta semana propostas do pacote de cortes de gastos enviados pelo Governo e a reforma tributária. Com as urgências aprovadas, as votações devem ser realizadas entre terça e quarta-feira. Os projetos abordam os seguintes temas:
Um terceiro texto, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), estabelece as mudanças nas regras do abono salarial, além da garantia de que até 25% do Fundeb — a principal forma de financiamento da educação básica — seja utilizado para manter escolas de tempo integral.
A PEC também traz um dispositivo para tentar acabar com os super salários no funcionalismo público. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP/AL) confirmou que este texto deve ser apensado a outra PEC - já pronta para o plenário, com o objetivo de pular etapas de tramitação e ser votado também nesta semana.
As propostas enviadas pelo Executivo incluem ajustes orçamentários que buscam equilibrar as contas públicas, com impacto em áreas como aposentadorias e salário mínimo. O governo prevê economizar com isso R$375 bilhões até 2030 e evitar um descontrole das contas públicas.
Além do pacote de corte de gastos, a Câmara deve analisar na terça-feira (17) as mudanças promovidas pelo Senado em um dos projetos de regulamentação da reforma tributária.
Já o Senado deve analisar, na terça-feira,o projeto de renegociação das dívidas dos estados que, esta semana, passou pela câmara e foi alterado pelos deputados. Como as discussões começaram no Senado, o texto precisa passar por nova análise da Casa antes de seguir para sanção. Patrocinado pelo presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o texto alivia juros e permite o parcelamento em até 30 anos.
A previsão é que o Senado faça sessões terça, quarta e quinta. A Casa pode analisar ainda os projetos de corte de gastos do governo, caso a Câmara conclua as análises a tempo.
Outro projeto que também deve entrar em pauta é o que proíbe celulares nas escolas e passou pela Câmara nesta semana.