Há pouco mais de dois anos, Jaisia Gomes descobriu que sua filha, Aylla Sophia, na época com três anos de idade, possuía um problema na adenoide, que resulta em dificuldades respiratórias que comprometem a saúde. Um exame médico particular revelou que a menina estava com apenas 30% da capacidade respiratória.
Para complicar a situação, o procedimento cirúrgico necessário custa, segundo Jaisia, R$ 5 mil. “Isso é desesperador! Isso, para mim, é desesperador!”, declarou a mãe ao Portal Rádio Sampaio, na última sexta-feira (22).
Jaisia disse que de imediato procurou a Secretaria da Saúde, conforme o encaminhamento do dr. Francisco Geraldo, mas a cirurgia não foi feita até hoje. Em dado momento, o procedimento chegou a ser marcado para julho e outros exames precisaram ser feitos. Por serem pagos e não tendo condições financeiras, a mulher precisou arrecadar dinheiro para que a filha fizesse os exames.
Os esforços foram em vão: em decorrência do tempo que passou sem a questão ir adiante nos órgãos competentes, os exames perderam a validade. Um dos laudos, segundo Jaisia, era válido por 100 dias.
Em mais um capítulo da história, na última quinta-feira (21), na Central de Marcação do Povo de Palmeira dos Índios, Jaisia recebeu a notícia que não havia mais uma data específica para a cirurgia.
Hoje com cinco anos, Aylla tem dificuldades para dormir e já chegou a espumar enquanto dormia, cena que foi visualizada por sua mãe. Percebendo a urgência da situação, ela chegou a procurar o prefeito da cidade, mas foi informada de que ele não poderia resolver o caso.
“Já recorri a prefeito, prefeito virou as costas para mim, a moça disse que ele não tinha como me ajudar. Já fui em outras rádios, fecharam as portas para mim. Essa [a Rádio Sampaio] foi a primeira que abriu”, contou a mulher. “Vai ser preciso ela perder a respiração total?”, questionou, preocupada.
Passados mais de dois anos, a mãe entrou com uma ação judicial para tentar conseguir a cirurgia através da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), que estabelece proteção social básica para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Em conversa com o Portal Rádio Sampaio, Jaisia apontou outros problemas envolvendo a questão da Saúde em Palmeira dos Índios.
“O hospital você só entra se pagar. A UPA… às vezes são descasos na UPA, são descasos”, afirmou. “Eu cheguei já a tempo de levar meu outro filho, com dor de ouvido, meu filho vomitando, meu filho tava o dia todinho sem comer, e eles não atenderam. Só vieram atender porque eu fiz um ‘auê’”, relatou.
A seguir, confira alguns dos documentos que comprovam o problema de Aylla e o encaminhamento para a Secretaria Municipal de Saúde.