
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil - arquivo
A coletiva de imprensa concedida nesta quarta-feira (29) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, foi marcada por um momento de desconforto.
Durante o pronunciamento, Rodrigues revelou que a Superintendência da PF no Rio de Janeiro foi informada da operação estadual que resultou em 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha — a mais letal da história do estado. A fala contrariou o posicionamento inicial do governo federal, que negava qualquer conhecimento prévio sobre a ação.
O ministro interrompeu o diretor e esclareceu que o contato ocorreu apenas em nível operacional, e não como uma comunicação formal entre governos. Lewandowski ressaltou que, caso o governador Cláudio Castro desejasse apoio federal, deveria ter feito o pedido às instâncias superiores.
Durante a coletiva, o ministro reforçou que a segurança pública é responsabilidade dos estados, mas defendeu a colaboração entre as forças federais e estaduais por meio da PEC da Segurança Pública.
Questionado sobre a possibilidade de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permitiria o uso das Forças Armadas no Rio, Lewandowski afirmou que a medida é “excepcionalíssima” e só pode ser decretada pelo presidente Lula, que ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.
O ministro também informou que o governo federal ofereceu vagas em presídios federais para líderes do Comando Vermelho, além de equipes da Força Nacional e peritos para auxiliar nas investigações e identificação dos corpos.
Já o diretor da PF declarou que a corporação considerou a operação “não razoável”, por não seguir os protocolos usuais da Polícia Federal, e reforçou que não houve autorização formal para a participação da instituição na ação.
