Segundo a corporação, os investigados passaram por audiência de custódia e foram soltos pela Justiça. Três deles foram liberados após pagamento de fiança no valor de cinco salários-mínimos. Os cinco foram indiciados por estelionato e associação criminosa.

Em entrevista coletiva nesta quinta (9), o delegado Alaumo Gomes disse que o grupo foi identificado por meio de boletins de ocorrência registrados em diversas delegacias. O inquérito foi conduzido pela Delegacia do Jordão, na Zona Sul do Recife. A polícia informou que não tem o número exato de vítimas.

Segundo o delegado, há cerca de dois meses, uma vítima relatou ter pagado R$ 5 mil a um grupo que prometia vender cartas de consórcios de veículos ou imóveis. A partir desse caso, a Polícia Civil rastreou os suspeitos e os prendeu em flagrante no bairro do Espinheiro, na Zona Norte da cidade, enquanto aplicavam o mesmo golpe.

"Eles diziam que instantaneamente, em um tempo muito abrupto, essa carta contemplada chegaria àquela pessoa e essa carta contemplada ia no anseio da pessoa. Era um carro, uma casa, uma moto... e nisso ele quebrava diversos sonhos", contou Alaumo Lima.

Ainda segundo o delegado, uma única vítima disse ter tido um prejuízo de R$ 84 mil após o golpe do mesmo grupo.

"Esses personagens [suspeitos] já foram presos diversas vezes, até por mandado de prisão e há registro de boletins de ocorrência contra esse mesmo grupo em diversas delegacias do estado de Pernambuco", disse.

De acordo com o delegado Alaumo Lima, um dos presos é o chefe da quadrilha, que ostentava uma vida de luxo sustentada pelos crimes e sonhos das vítimas.

"Na dinâmica, eu fui até a casa do mentor e lá ele vivia uma vida de luxo com uma casa na comunidade do Jiquiá, ela toda de mármore e granito, bem como diversos móveis de alto valor. Televisor de 80 polegadas... Algo muito incondizente com a realidade da esposa dele, que recebe um salário mínimo pela morte do seu ex-marido", declarou.

Além disso, o delegado informou que os suspeitos também compartilhavam nas redes sociais a vida de luxo que levavam.

"As vítimas me disseram que eles ficavam nas redes sociais tomando whisky de valor, principalmente em jogo de futebol. E ele (o chefe da quadrilha) ostentava esse luxo em detrimento da miséria e do prejuízo das pessoas", contou.