Logo após atingir o território francês de Mayotte, onde deixou um rastro de destruição, o ciclone Chido tocou o solo em Moçambique, matando pelo menos 70 pessoas e ferindo mais de 500. O fenômeno meteorológico também destruiu mais de 40 mil casas no país, localizado no sudeste do continente africano. As autoridades temem agora o surgimento de epidemias.
“Estamos a falar de mais de 70 óbitos, quase 600 feridos e muitas casas que foram destruídas”, informou Bonifácio António, técnico do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
autoridades e associações locais também temem o risco de epidemias, como já ocorreu após a passagem de outros ciclones no país. “Sabemos, por experiências anteriores, que o pior ainda está por vir. Há sempre surtos de cólera em Moçambique e nessas situações, em que as pessoas não têm acesso à água potável e não conseguem manter a higiene, a cólera pode aparecer”, explicou Carlos Almeida, coordenador da ONG portuguesa Helpo em Moçambique.
O ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, disse que o governo já conta com a ajuda de parceiros internacionais. Ele explicou que, além do INGD, a embaixada da Noruega em Moçambique contribui com alimentos e outros produtos.
De acordo com um estudo preliminar publicado na última terça-feira (17/12) pelo Imperial College London, a mudança climática causada pelo homem tornou os ventos do ciclone Chido mais fortes e aumentou a probabilidade de sua ocorrência em 40%.