Luighi, do Palmeiras, chora ao sofrer racismo na Conmebol Libertadores Sub-20 — Foto: Reprodução
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) acionou a Conmebol pedindo a exclusão do Cerro Porteño, do Paraguai, após o caso de racismo contra Luighi, atacante do Palmeiras, durante o jogo de quinta-feira pela Libertadores Sub-20.
A entidade protocolou o documento nesta sexta-feira (7) e encaminhou cópia da denúncia à Fifa, para que acompanhe o processo e peça rigor nas punições - uma vez que o protocolo global não foi respeitado.
Desde 2019, a Fifa deu mais poder aos árbitros e determina um procedimento de três etapas no novo Código Disciplinar: solicitar um anúncio público para exigir que a agressão pare; suspender o jogo até que cessem e, enfim, abandonar a partida definitivamente.
O intuito da CBF é que a Conmebol determine punições desportivas em casos de racismo, como interdição de estádio e exclusão de clubes, além da prisão dos responsáveis, por entender que "penas pecuniárias" - ou seja, em dinheiro - não são suficientes.
Após a publicação, a CBF divulgou ainda uma nota com declarações do presidente Ednaldo Rodrigues e detalhando que o documento protocolado, de 29 páginas, cobra tolerância zero contra as agressões.
"O que a gente espera da Conmebol é rigor. Basta de racismo e de multas que não levam a nada. Queremos punições esportivas" – diz Ednaldo Rodrigues.
Um dos trechos do documento diz que a punição ao Cerro Porteño e dos envolvidos é não só necessidade jurídica, mas também obrigação moral e institucional para que "o combate ao racismo deixe de ser um discurso vazio". A CBF também argumenta que o futebol sul-americano carrega histórico de impunidade.
Mais cedo, na Academia de Futebol, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, também disse que pediria a exclusão do Cerro Porteño. A documentação do clube alviverde ainda não foi enviada.
Ednaldo e Leila Pereira, inclusive, conversaram por telefone ainda na quinta-feira, quando o presidente deixou a equipe jurídica da CBF à disposição do clube alviverde.
Após o episódio no Paraguai, a CBF publicou uma nota dizendo que faria uma representação à Conmebol cobrando "rigor nas punições", com um pronunciamento do dirigente.
"É chocante assistir cenas como essas. Racismo é crime e deve ser combatido por todos. Sei do tamanho da dor sofrida pelo Luighi. Basta de racistas no futebol. A CBF vai representar na Conmebol pedindo punições enérgicas" – disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Nesta sexta, por sua vez, Leila Pereira fez críticas à Conmebol e chamou a união de clubes para brigar por regras duras no regulamento das competições - passíveis de saída dos brasileiros das disputas em caso de descumprimento das normas.