O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que há possibilidade de negociar a venda da vacina Coronavac para os estados e municípios brasileiros, diante da demora do Ministério da Saúde em manifestar interesse na compra de 54 milhões de doses do imunizante.
A afirmação foi feita nesta quinta-feira (28/1), em entrevista à Globo News. Segundo Covas, o Instituto Butatan ofereceu, efetivamente, 100 milhões de doses do imunizante ao Ministério da Saúde. Dessas, apenas 46 milhões foram comprados.
A previsão é de que os 54 milhões restantes sejam produzidos no início de abril. Na noite de quarta-feira (27/) o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que tem exclusividade contratual para a compra das vacinas, e que tem até o fim de maio para decidir se irá adquirir as doses.
“É preciso que o Ministério se pronuncie, nós estamos no fim de janeiro e essa produção estaria prevista para o início de abril. Não haverá tempo para negociarmos com a nossa parceira [Sinovac]”, explicou Covas na manhã desta quinta-feira.
O presidente do instituto ressaltou, ainda, que é possível negociar a venda dos 54 milhões de doses para os estados e municípios brasileiros, caso a Saúde decida não comprar a vacina. Isso não impediria a instituição de vender outras unidades para demais países.
Na quarta-feira, Covas havia confirmado que países da América Latina demonstraram interesse na compra da vacina. O primeiro da fila é o Chile.
“Nós temos esse lote reservado para o Brasil. Se não houver a incorporação pelo Ministério, existe interesse de outros estados e outros municípios. Então, sim, é possível que haja o atendimento dessa demanda e isso não concorre com o atendimento dos países”, explicou.