Os ataques de Israel a regiões do Líbano continuaram durante a semana. Já são quase 800 mortos, entre eles pelo menos cinco brasileiros. O fotógrafo e documentarista Gabriel Chaim está no Líbano desde julho.
"A situação aqui está completamente fora do controle, e a população está toda fugindo desesperadamente. A multidão de carros na minha frente é impressionante. Eu só vi isso no Iraque, quando eu estava cobrindo a guerra em Mosul”, conta Gabriel Chaim.
A brasileira Raquel Chanarek Hamia perdeu quatro pessoas de sua família em um ataque. Um míssil atingiu a casa de Raquel, no Vale de Beeca. Ela sobreviveu, mas o marido Duraid, as filhas Latifa e Ghazale, e o neto Husni, todos morreram.
O marido e as filhas de Raquel eram cidadãos brasileiros, e a família estava tentando obter a cidadania para o neto que morreu.
"A melhor coisa que a embaixada, o Itamaraty, poderia fazer é achar um lugar seguro para colocar as pessoas brasileiras que não têm nada a ver com essa guerra que está acontecendo no Líbano”, afirmou Raquel em enhtrevista exbida pela TV Globo.
A irmã
O fotógrafo e documentarista Gabriel Chaim, com a ajuda de um tradutor, conversou com Leila Charanek Hamia, irmã de Raquel. Ela revelou que os pais deixaram bens no Brasil.
Leila e a irmã Raquel vinham tentando acessar alguns fundos que estão no inventário. As duas irmãs também queriam se mudar com a família para um lugar mais seguro. "Queríamos garantir um futuro bom para eles viverem uma vida diferente dessa vida aqui. Não viram nada da vida, só guerras e bombas o tempo todo”, afirma Leila.
No último dia 16, Leila fez um pedido à Justiça brasileira. No documento, a que o Fantástico teve acesso, ela solicitava "prioridade na tramitação" do caso, pois sua família corria risco de morte.
Mas não deu tempo. Sete dias depois, um míssil atingiu a casa onde Raquel estava, no Vale de Beeca - matando o marido o marido dela, as filhas Latifa e Ghazale, e o neto Husni.