Os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central (BC) passaram a projetar, para 2025, um aumento mais intenso da inflação e da desvalorização do real frente ao dólar.
A projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025 passou de 4,84% para 4,96% no fim do próximo ano.
Já o dólar, antes previsto na casa dos R$ 5,90, agora é estimado em R$ 5,96 no fim de 2025.
As expectativas, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam do relatório "Focus" divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC).
A inflação esperada para 2024 recuou ligeiramente, de 4,91% para 4,9%. Ainda assim, segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%.
Segundo analistas, o aumento de gastos públicos é um fator que tem pesado para o aumento das projeções de inflação.
O governo anunciou em novembro medidas para tentar conter os gastos, entre elas propostas para aumento menor do salário mínimo, além de corte na área de educação, mudanças no ajustes no abono salarial e na aposentadoria dos militares.
O pacote foi aprovado pelo Congresso neste mês, com algumas mudanças que reduziram o impacto de revisão de despesas esperado. Para economistas do mercado, a projeção de cortes de gastos é menor ainda.
A partir de 2025, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Porque isso importa? Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.