O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central resolveu acelerar o ritmo de alta da taxa básica da economia (Selic) em 1,00 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
A decisão do colegiado, nesta quarta-feira (11/12), foi unânime e, no comunicado, o Copom sinalizou que deverá manter o mesmo ritmo nas duas primeiras reuniões do próximo ano, quando a composição será mudada, com a saída do atual presidente Roberto Campos Neto e mais três diretores. A primeira reunião do Copom em 2025 ocorrerá nos dias 28 e 29 de janeiro e a segunda, nos dias 18 e 19 de março.
"O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos", diz um trecho da nota. E prossegue: "O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes".
De acordo com o Copom, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 "apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e encontram-se em torno de 4,8% e 4,6%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 4,0% no cenário de referência".
Críticas
Entidades do setor produtivo emitiram notas criticando a decisão dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) e pedindo corte de juros em vez de aumento.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, considerou “incompreensível e totalmente injustificada a decisão do Copom" e reforçou que o atual ciclo de alta de juros, iniciado em setembro, “configuraria um erro do Banco Central”.
"A decisão do Banco Central ignora a desaceleração da atividade econômica, já observada no PIB do terceiro trimestre, e a tendência de redução de juros nas principais economias globais, como os Estados Unidos, que partem para o terceiro corte seguido nos juros na próxima semana”, informou a entidade, por meio de nota.
Na avaliação da instituição, a decisão de aumento mais forte de juros “custa caro para a economia e para a população, pois significa menos investimentos e, consequentemente, menos emprego e renda”, porque, “para investir, os empresários precisam estar confiantes, o que depende, entre outros elementos, de um ambiente econômico positivo, para o qual a política monetária não tem contribuído”.