Kisunla, novo medicamento aprovado nos Estados Unidos retarda a progressão do Alzheimer em 60% nos estágios iniciais. — Foto: Eli Lilly and Company via AP
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento Kisunla, conhecido pelo princípio ativo donanemabe, para o tratamento de comprometimento cognitivo leve e demência leve associadas à doença de Alzheimer. A decisão representa um avanço no enfrentamento da doença, que afeta milhares de brasileiros, especialmente entre a população idosa.
Segundo a Anvisa, o donanemabe é um anticorpo monoclonal que atua diretamente nas causas da progressão do Alzheimer. Ele se liga aos aglomerados da proteína beta-amiloide, que formam placas no cérebro, reduzindo essas formações e, assim, retardando o avanço da doença.
A aprovação do Kisunla foi baseada em um estudo clínico que avaliou 1.736 pacientes em estágio inicial de Alzheimer. Todos apresentavam comprometimento cognitivo leve, demência leve e sinais da presença de patologia amiloide. Após 76 semanas de tratamento, os pacientes que receberam donanemabe demonstraram uma progressão significativamente menor da doença em comparação aos que usaram placebo.
Apesar dos resultados promissores, a Anvisa alerta para restrições importantes no uso do medicamento. O donanemabe é contraindicado para pacientes que utilizam anticoagulantes, como varfarina, ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral por meio de ressonância magnética. Nessas situações, os riscos associados ao tratamento são considerados superiores aos potenciais benefícios.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal, caracterizada por perdas cognitivas, declínio da memória e alterações comportamentais. De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento no Brasil é oferecido gratuitamente por meio de centros especializados do Sistema Único de Saúde (SUS), que disponibilizam atendimento multidisciplinar e medicamentos que ajudam a retardar os sintomas.
Com a aprovação do donanemabe, pacientes e profissionais de saúde ganham uma nova ferramenta para enfrentar uma das doenças mais desafiadoras da atualidade. A expectativa agora é que o medicamento contribua para maior qualidade de vida e mais tempo de autonomia para quem convive com o Alzheimer.