Duas pessoas próximas à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foram presas e sete outras, incluindo a “braço direito” de Machado, têm mandados de prisão emitidos, segundo o informado nesta quarta-feira (20) pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab.
Os presos foram identificados por Saab como sendo o coordenador nacional do partido Vente Venezuela, Henry Alviarez, e a secretária política do partido, do qual Machado faz parte, Dignora Hernandez. O motivo para as detenções foi um “suposto envolvimento em conspirações planejadas e violência nas ruas”, de acordo com o procurador-geral.
Nos últimos três meses, quatro outros membros da campanha da líder de oposição foram presos sob acusações de conspiração e outros crimes.
“Venezuelanos, peço-lhes força e coragem nestes tempos difíceis. Hoje, mais do que nunca, precisamos estar unidos e firmes para continuar avançando em direção aos nossos objetivos”, afirmou María Corina Machado, no X. Tanto ela como o perfil do Vente Venezuela condenaram as prisões.
Em outubro de 2023, María Corina venceu a disputa para ser a nomeação da oposição, mas foi impedida de registrar sua candidatura. Os motivos foram seu apoio às sanções dos EUA e as acusações de corrupção que ela diz ser uma tentativa de impedir eleições livres e justas.
Nas pesquisas para as eleições presidenciais de julho, Machado está à frente de Maduro, com comas indicando que ela teria pelo menos 50% dos votos, enquanto o ditador teria aproximadamente 20%.
Desde a proibição de Machado como candidata, os Estados Unidos começaram a impor novas sanções ao país e alertaram que a permissão da flexibilização das sanções na área do petróleo expirasse em abril.
Apenas depois de Maduro assinar um acordo de garantias eleitorais com a oposição, ainda em 2023, foi que os EUA aliviaram as sanções.
Até o momento, não há sinal de que a proibição contra Machado será levantada na eleição de julho. Com isso, os partidos pediram que ela indicasse um substituto que possa se registrar antes do prazo final, dia 25 de março.
Uma das nomeadas por María Corina foi seu “braço direito”, Magalli Meda, que teve o mandado de prisão emitido.