"Somos vítimas de uma acusação de um réu confesso para obter benefícios", disse Chiquinho
16/07/2024 - Bruno Spada/Câmara dos Deputados
O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) afirmou, na terça-feira (16), que não deveria estar preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol), morta em 2018. Ele é acusado de ser um dos mandantes do crime. A declaração do parlamentar foi feita em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, onde é alvo de ação que pede a cassação de seu mandato. A relatora do processo é a deputada Jack Rocha (PT-ES).
Chiquinho Brazão afirmou que é “vítima” de Ronnie Lessa- assassino confesso de Marielle Franco. “Continuo afirmando que sou inocente. Não estou envolvido em nada. Como falei, somos vítimas de uma acusação de um réu confesso para obter benefícios. Esse indivíduo não conhecemos e ele está protegendo, provavelmente, alguém”, afirmou Chiquinho.
Questionado sobre a relação com Marielle Franco, Chiquinho Brazão disse que mantinha um contato “maravilhoso” com a vereadora. “Não sei se ela me via como pai, não sei, assim uma pessoa bem mais velha. Ela tem mais ou menos a idade da minha filha Verônica. Nunca tivemos problema nenhum”, afirmou ele.
Também são alvos de investigações pelo crime Domingos Brazão, irmão de Chiquinho e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio.
Domingos Brazão
Domingos Brazão alega inocência
Além de Chiquinho, Domingos Brazão também prestou depoimento ao Conselho de Ética na tarde da terça-feira. Ele afirmou que espera ser absolvido das acusações.
“Confio na Justiça de Deus, confio no Supremo, confio na seriedade dos ministros. Confio que nós seremos absolvidos. Vai ficar essa sequela deste sofrimento”, afirmou Domingos, que chegou a chorar durante a oitiva.
Domingos está detido na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, e participou do depoimento por videoconferência.