Marielson Alves- Foto: Divulgação / Ceará SC
Uma partida de futebol de 2023 está sob suspeita de manipulação de resultado. CRB-AL e Botafogo-SP se enfrentaram pela terceira rodada da Série B do Brasileirão, em jogo que ficou marcado por cinco cartões amarelos em um curto espaço de tempo. A atuação da arbitragem foi questionada e pode ser investigada um ano após o apito final.
Segundo o jornal Extra, a Unidade de Integridade do Futebol Brasileiro (UIFB), órgão vinculado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), recebeu um alerta da International Betting Integrity Association (IBIA), que aponta possíveis irregularidades na partida.
A suspeita, protocolada sob o número 0036/2024, foi enviada ao procurador-geral de Justiça de Alagoas, Lean Antônio Ferreira de Araújo, para destacar a necessidade de uma investigação aprofundada sobre a atuação do árbitro baiano Marielson Alves Silva, que apitou o jogo.
A súmula da partida conta que, aos 27 minutos do primeiro tempo, o camisa 33 do CRB recebeu amarelo por segurar um adversário. Na segunda etapa, foram quatro cartões em menos de 10 minutos. A partida terminou em 0 x 0 e o árbitro roubou a cena.
Ainda de acordo com o Extra, o caso também foi denunciado ao Ministério Público do Estado do Pará, à Polícia Federal, ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol, à Procuradoria-Geral junto ao Superior.
As suspeitas em torno de Marielson Alves Silva ganharam mais força ainda em maio deste ano. Ele apitou Paysandu-PA e Avaí-SC, também pela série B, que terminou em excessos de cartões.
Em ambos os episódios, o volume de apostas suspeitas, que superou as expectativas em 61,2%, também chamou a atenção, especialmente considerando que muitos apostadores eram oriundos de Vitória da Conquista, na Bahia, cidade próxima à que nasceu o árbitro Marielson Alves Silva.
Lucas Paquetá é acusado de integrar esquema de manipulação de apostas esportivas
Reprodução/Instagram
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado quer ouvir o depoimento do jogador Lucas Paquetá, do time inglês West Ham e da Seleção Brasileira, neste segundo semestre.
O atleta foi convidado a comparecer como testemunha. Por isso, a participação dele não é obrigatória. A data do comparecimento ainda será definida.
Os requerimentos para participação de Paquetá foram apresentados pelo presidente do colegiado, Senador Jorge Kajuru (PSB-GO), e pelo vice-presidente, senador Eduardo Girão (Novo-CE).
Os parlamentares consideram essencial a presença do atleta na CPI da Manipulação de Jogos.
O convite afirma que, por estar sob investigação na Inglaterra, Paquetá poderá elucidar diversos pontos abordados pela comissão. “Os fatos tiveram repercussão no Brasil, pois algumas dezenas de apostadores residentes na área de origem do jogador (a ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro) apostaram nos cartões amarelos do atleta e, por isso, fizeram jus à premiação”, afirma Kajuru.
No dia 22 de maio, o meia do West Ham foi indiciado pela Football Association (FA), a federação inglesa, por forçar o recebimento de cartões amarelos em quatro jogos da Premier League – que é a primeira divisão do Campeonato Inglês de Futebol.
As acusações se referem ao período de novembro de 2022 a agosto de 2023.
Segundo a investigação de membros da entidade europeia, o objetivo do atleta seria beneficiar o mercado de apostas.
“Alega-se que ele procurou influenciar diretamente o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência nessas partidas, buscando intencionalmente receber um cartão do árbitro com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas para que uma ou mais pessoas pudessem lucrar”, disse a FA em nota oficial.
Paquetá nega. Ele publicou uma resposta em suas redes sociais, alegando que cooperou com as investigações e que é inocente.
“Estou extremamente surpreso e chateado com o fato de a FA ter decidido me acusar. Cooperei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações que pude durante estes 9 meses. Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome. Devido ao processo em andamento, não fornecerei mais comentários”, escreveu o meia.