Javier Milei | Foto: Tomas Cuesta/Getty Images
O Governo Javier Milei apresentou, na sexta-feira (28), o projeto de Lei Penal Juvenil, que reduz a maioridade penal na Argentina para 13 anos. Atualmente, a maioridade penal no país é de 16 anos.
Segundo a ministra de Segurança do país, Patricia Bullrich, e o ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, que apresentaram a iniciativa durante uma coletiva de imprensa, a Lei Penal Juvenil é parte de uma reforma do atual governo argentino para combater crimes cometidos por menores de idade.
“É impossível combater os criminosos sem leis que protejam as forças federais de segurança e a justiça na proteção dos argentinos de bem. É por isso que, por decisão do presidente Milei, as equipes conjuntas do Ministério da Segurança e do Ministério da Justiça trabalharam na redação do Projeto de Redução da Idade de Imputabilidade, com o objetivo de acabar com a impunidade, deter a porta giratória e responder às demandas da população”, explicaram.
Chamado de “Regime Penal Juvenil”, o texto determina a idade de responsabilidade penal e estabelece as medidas punitivas de acordo com o crime cometido. Segundo o novo projeto de lei, as penas podem chegar a 20 anos de prisão.
Segundo o Clarín, Bullrich disse que “uma vez incorporado ao Código Penal, cada distrito adaptará isso aos seus códigos processuais; deverão decidir que tipo de locais de detenção utilizarão para os menores”. A ministra de Segurança explicou que nem todas as províncias estão na mesma situação e, por isso, devem decidir onde os menores que cometem delitos serão alojados.
“Existem províncias que têm apenas dois menores infratores, então você não pode criar uma grande estrutura, enquanto outras têm mais”, afirmou.
Caroline De Toni (PL-SC), - (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
A presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, Caroline De Toni (PL-SC), desengavetou um projeto que propõe a realização de um plebiscito para considerar a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos.
A deputada designou o deputado federal Dr. Jaziel (PL-CE) para ser o atual relator do Projeto de Decreto Legislativo de Referendo ou Plebiscito (PDC), que tramita em caráter de prioridade na Câmara. A expectativa é que o texto seja apreciado antes do recesso parlamentar, previsto para começar em 17 de julho.
O desengavetamento é visto como uma ofensiva na tentativa de acenar aos parlamentares da extrema-direita que integram o colegiado. A liderança da comissão pela deputada do PL é vista com incômoda por deputados ligados ao governo Lula 3, que consideram que a CCJ tem privilegiado pautas da chamada agenda ideológica.
Em maio, após tomar posse no comando do colegiado, a deputada afirmou que "não fugirá de pautas polêmicas que a direita tem como bandeira"
O PDC 1002, de autoria do ex-deputado Robson Tuma, foi apresentado em novembro de 2003 e, desde então, já teve três relatores e foi arquivado e desarquivado quatro vezes. Segundo o texto, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral e aos tribunais eleitorais regionais a realização de consulta popular.
Em 2015, foi aprovada uma emenda à constituição na Câmara que propunha a redução da maioridade penal para 16 anos, proposta pelo ex-deputado Benedito Domingos. Quando o texto foi para o Senado, no entanto, não seguiu a tramitação e foi arquivado em 2022.