Presidente Nicolás Maduro | Reprodução/Flickr
Os Estados Unidos (EUA) estudam oferecer anistia a Nicolás Maduro- para que o presidente venezuelano deixe o cargo, segundo reportagem do jornal americano The Wall Street Journal, publicada neste domingo (11).
De acordo com o texto, fontes do governo norte-americano afirmam que Washington está negociando a concessão de perdões políticos e garantias de que Maduro e seus principais aliados não serão perseguidos.
A Venezuela passa por uma crise após as eleições presidenciais, realizadas no final de julho. O Conselho Nacional Eleitoral deu a vitória a Nicolás Maduro, mas a oposição contesta o resultado. O grupo sustenta que o ex-diplomata Edmundo González derrotou o atual presidente por mais de 3,9 milhões de votos.
A comunidade internacional cobra a divulgação das atas eleitorais (documentos semelhantes aos boletins de urna, no Brasil) para comprovar a transparência do processo.
Desde o anúncio da reeleição de Maduro, protestos tomaram as ruas de Caracas e outras cidades venezuelanas. Ao menos 24 pessoas foram mortas durante as manifestações e milhares acabaram presas.
Jesus Vargas/Getty Images
María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, afirmou que o país pode enfrentar “uma onda migratória sem precedentes” caso o presidente Nicolás Maduro permaneça no poder.
“Se Maduro insistir em permanecer no poder, podemos ver milhões de venezuelanos deixando o país em busca de melhores condições de vida”, afirmou.
A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva virtual a veículos de comunicação mexicanos, na quinta-feira (8), onde a líder também destacou necessidade de suma solução pacifica para a crise.
María Corina Machado apontou o papel estratégico do México, que mantém canais de comunicação com o governo venezuelano, no esforço para mediar uma saída pacífica.
“O México tem um papel muito importante porque mantém um canal de comunicação com o regime. “Digo a AMLO (López Obrador) que se Maduro decidir agarrar-se pela força [ao poder], poderemos ver uma onda de migração como nunca vimos, com três, quatro, cinco milhões de venezuelanos [saindo do país] em muito pouco tempo”, disse María Corina aos jornalistas mexicanos.
A líder opositora deixou claro que Maduro só reconhecerá a derrota nas eleições se houver pressão internacional e também dentro do próprio país.
Maduro votando no domingo (28) em Caracas. (Foto: Fausto Torrealba/Reuters)
O ex-presidente colombiano Iván Duque disse a Fernando del Rincón, da CNN, que o governo da Venezuela, incapaz de manipular as atas para justificar a vitória de Nicolás Maduro, planeja declarar a eleição nula e sem efeito, alegando que os dados foram corrompidos como resultado de um suposto ataque cibernético.
“O que Maduro procura é criar a narrativa da fraude cibernética para argumentar que não podem ter acesso a todas as atas e tentar fazer com que o Supremo Tribunal de Justiça se manifeste e diga que as eleições devem ser anuladas, para que Maduro convoque novas eleições para dezembro”, disse Duque em Conclusões.
O ex-presidente acrescentou que o Governo venezuelano e o Conselho Nacional Eleitoral planejam atrasar a publicação das atas com o objetivo de as manipular. No entanto, a oposição tornou-os públicos antes que isso acontecesse.
“Eles não tinham esse mecanismo. Não podem manipular as atas porque as atas já podem ser visualizadas nas redes”, disse Duque.
A CNN entrou em contato com a Suprema Corte de Justiça da Venezuela para comentar.
Maduro e Musk — Foto: Maduro (Reuters) e Elon Musk (Agência Brasil)
Um dia depois de o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, perguntar se Elon Musk "quer briga", o bilionário postou na quarta-feira (31) um "aceito", em seu perfil no X.
Musk, que é o dono da rede social, ainda comentou em outra postagem que repercutia o assunto: "Ele vai amarelar" (tradução livre da expressão "chicken out", em inglês).
"Quer controlar o mundo, já controla a Argentina (...) Você quer briga, Elon Musk? Estou pronto, sou filho de (Simón) Bolívar e (Hugo) Chávez, não tenho medo de você", disse Maduro, na última terça, segundo a agência France Presse.
O presidente da Venezuela tem acusado Musk de estar por trás de um suposto ataque hacker que atrasou a divulgação do resultado das eleições venezuelanas no domingo passado (28). E de ser um dos que promovem uma tentativa de desestabilização no país.
Maduro se encaminha para um terceiro mandato consecutivo, com o qual ficaria por 18 anos no poder. Mas o país vive uma onda de protestos liderados pela oposição, que questiona a reeleição do presidente e pede transparência para o resultados das urnas.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também não reconheceu i resultado das eleições.
População questiona resultado das eleições | Reprodução/redes sociais
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mobilizou as Forças Armadas e determinou o aumento de patrulhas policiais no país. A medida, que passa a valer a partir desta quarta-feira (31), tem como objetivo conter os protestos que questionam os resultados da eleição presidencial, que apontou o líder venezuelano como vencedor.
“Vivemos uma tentativa de desestabilização na Venezuela, tudo isto contra a paz do povo, dos cidadãos e das instituições. A batalha do 28 de julho é uma batalha definitiva contra o fascismo, o ódio, a intolerância, e aqueles que querem impor uma guerra civil na Venezuela, um golpe de Estado, e que querem fomentar a divisão no país”, disse Maduro.
A contestação do resultado do pleito acontece em meio aos rumores de que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), favorável a Maduro, tenha fraudado a apuração. A apuração também é questionada por governos internacionais, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Chile, Argentina, Uruguai, Equador, Peru e Colômbia, além da União Europeia. Todos pedem a divulgação das atas – boletins das urnas –, que mostrarão a veracidade da contagem de votos. O mesmo foi solicitado pelo Brasil.
Com a repercussão, moradores começaram a protestar contra a vitória de Maduro. Os atos se estendem por todas as regiões do país, provocando confronto entre manifestantes e policiais, bem como deterioração do patrimônio público, como as estátuas relacionadas ao regime de Maduro. Até o momento, 11 pessoas foram mortas e mais de 700, presas.
Em meio aos protestos, foram derrubadas cinco estátuas em homenagem a Hugo Chávez, que governou o país de 1999 até sua morte, em março de 2013.
Presidente Nicolás Maduro | Reprodução/Flickr
A reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela está repercutindo entre chefes de Estado e líderes políticos mundiais. O resultado foi anunciado na madrugada desta segunda-feira (29), pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Segundo o órgão, o líder recebeu 51,2% dos votos, ante 44,2% do candidato da oposição, Edmundo González.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, foi um dos primeiros a se manifestar. Pelas redes sociais, o chefe de Estado afirmou que o resultado é “difícil de acreditar” e que o país não irá reconhecer a vitória de Maduro até que a contagem de votos seja verificada.
O mesmo foi dito por Javier González-Olaechea, ministro das Relações Exteriores do Peru. Ele condenou “em todos os extremos” a soma de irregularidade com intenção de fraude por parte do governo da Venezuela, afirmando que o país não aceitará a violação da vontade do povo venezuelano. Embaixadores foram acionados para acompanhar o caso.
Em comunicado, o presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, rejeitou a vitória de Maduro. "Trabalharemos com os países democráticos de todo o continente e organizações internacionais para alcançar o respeito que o povo venezuelano merece", disse ele.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, demonstrou preocupação com o resultado, dizendo que a vitória de Maduro pode não refletir a vontade ou os votos do povo venezuelano. Ao pedir transparência na contagem dos votos, ele ressaltou que a comunidade internacional está "observando o caso de perto e responderá de acordo".
Já Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai, acusou o governo de manipular o resultado das eleições. “Eles iriam vencer independentemente dos resultados reais. O processo até ao dia das eleições e à contagem foi claramente falho. Não se pode reconhecer um triunfo se não confiarmos na forma e nos mecanismos utilizados”, disse.
O presidente da Cuba, Miguel Díaz-Canel, por sua vez, comemorou a vitória de Maduro. O líder falou com o atual presidente por telefone e transmitiu “calorosas felicitações do partido e do povo cubano pela histórica vitória eleitoral alcançada”. Ele também reafirmou a solidariedade do governo de Cuba à Venezuela.
O resultado das eleições também está dividindo opiniões na Venezuela. Apesar de o Conselho Eleitoral garantir a vitória de Maduro, com 80% das urnas apuradas, a oposição afirmou que testemunhas da eleição foram impedidas de acompanhar a contagem dos votos e que alguns centros de votação não estavam enviando os resultados.
"Os venezuelanos e o mundo inteiro sabem o que aconteceu aqui", disse Maria Corina, líder da oposição venezuelana. Ela declarou vitória a González, citando as pesquisas de boca de urna que apontavam uma vitória do político por 70%, contra 30% de Maduro.
Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken -Amanda Andrade-Rhoades/Reuters
Os Estados Unidos têm sérias preocupações de que os resultados anunciados pela autoridade eleitoral da Venezuela, declarando que o presidente Nicolás Maduro conquistou um terceiro mandato, não refletem os votos do povo, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, nesta segunda-feira (29).
Poucos minutos depois de a autoridade dizer que Maduro havia vencido a eleição presidencial, Blinken interrompeu comentários em uma reunião de nações do Indo-Pacífico para abordar o assunto.
“Vimos o anúncio há pouco tempo pela comissão eleitoral venezuelana. Temos sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”, disse Blinken.
Blinken disse nesta segunda-feira que a comunidade internacional estava observando de perto e responderia adequadamente.
“É fundamental que cada voto seja contado de forma justa e transparente, que as autoridades eleitorais compartilhem informações imediatamente com a oposição e os observadores eleitorais, sem demora, e que as autoridades eleitorais publiquem a tabulação detalhada dos votos”, disse ele.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante o evento de encerramento da campanha eleitoral em 25 de julho de 2024 em Caracas, Venezuela- Jesus Vargas/Getty Images
Com 80% do votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou a reeleição do atual presidente Nicolás Maduro. Ele teve apoio de 51,2% dos eleitores que compareceram às urnas — foram 5.150.092 votos –, segundo o órgão eleitoral, que é alinhado ao presidente. O principal opositor na disputa, Edmundo González, teve 44,2% — 4.445.978 votos.
Com o resultado, Maduro será reconduzido para um novo mandato de seis anos — de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.
María Corina Machado fala após resultado da eleição presidencial na Venezuela, que reelegeu Nicolás Maduro em 29 de julho de 2024 / Reprodução
O grupo de oposição que se uniu contra a candidatura do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que houve fraude no pleito em que ele foi reeleito para um terceiro mandato. Maduro foi anunciado como vencedor da eleição no início da madrugada desta segunda-feira (29) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão alinhado a Maduro.
A oposição, porém, diz que a vitória foi de González por cerca de 70% dos votos. O número foi baseado nas atas dos centros de votação e anunciado por María Corina Machado, que seria candidata a presidente, mas foi impedida de disputar pela Justiça da Venezuela.
González acabou escolhido para representar a oposição.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em 29 de maio de 2023 — Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que as eleições no Brasil não são auditadas, sem citar provas. O candidato venezuelano à reeleição discursou durante um comício na noite desta terça-feira (23).
Além do Brasil, Maduro questionou os sistemas eleitorais dos Estados Unidos e da Colômbia. Por outro lado, disse que a Venezuela "tem o melhor sistema eleitoral do mundo".
"Temos 16 auditorias [...] Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos, é inauditável o sistema eleitoral. No Brasil não auditam um registro. Na Colômbia não auditam nenhum registro", afirmou.
Ao questionar os sistemas eleitorais de outros países, Maduro disse que irá vencer na Venezuela e que a oposição terá de aceitar os resultados. Enquanto isso, membros da oposição afirmam que estão enfrentando "obstáculos graves" para conseguir credenciais fiscais eleitorais.
Nesta terça-feira (23), Maduro mandou uma "indireta" ao presidente Lula (PT), em uma referência a um comentário feito pelo petista na segunda-feira (22). Lula havia dito em uma entrevista coletiva que tinha ficado assustado com uma declaração de Maduro de que haveria "banho de sangue" se perdesse as eleições.
Sem citar Lula, o presidente venezuelano disse que prevê para "aqueles que se assustaram" a maior vitória eleitoral dele na história. Sobre o "banho de sangue", Maduro afirmou que não disse nenhuma mentira, apenas fez uma reflexão. "Quem se assustou que tome um chá de camomila", declarou.
Eleições na Venezuela
A Venezuela realiza eleições sob desconfiança da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres e democráticas. O pleito está marcado para domingo (28).
O principal concorrente do atual presidente, escolhido a partir de uma coalizão de partidos opositores, é o ex-diplomata Edmundo González.
O Brasil
Sobre as acusações de Maduro, as eleições no Brasil são auditáveis e todas as etapas são acompanhadas por entidades e partidos políticos. O TSE conta ainda com testes de segurança, para garantir que não há divergência entre os votos dados e registrados pelas urnas.
Em 2022, foi feito o teste de biometria para verificar se a impressão digital corresponde com a do eleitor. E houve ainda uma análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de 3 mil boletins de urna- que não encontrou nenhuma divergência.
Ainda nas eleições presidenciais de 2022, a Missão de Observação das Eleições (MOE) da Organização dos Estados Americanos (OEA) produziu um relatório- atestando a eficiência das urnas eletrônicas.
Presidente venezuelano, Nicolás Maduro — Foto: Federico PARRA / AFP
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira (1) a retomada do diálogo com os Estados Unidos- na próxima quarta-feira, apesar das sanções de Washington contra o setor petrolífero e a menos de um mês das eleições presidenciais venezuelanas.
"Quero superar esse conflito brutal e estéril com eles. Recebi a proposta, por dois meses ininterruptos, de retomar o diálogo direto com o governo dos EUA. Decidi que na próxima quarta-feira as conversas com o governo dos EUA serão retomadas para que os acordos do Catar sejam cumpridos, que sejam diálogos públicos e que não sejam escondidos — disse Maduro em sua programa de televisão.
Maduro faz referência à reunião secreta realizada entre Caracas e Washington há um ano, quando os países entraram em acordo para a libertação de presos políticos e normalização política na nação latino-americana.
Segundo o líder venezuelano, Jorge Rodríguez e Héctor Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e governador do estado de Miranda, respectivamente, farão parte da delegação venezuelana.
Em um sinal de confiança, Maduro disse que os Estados Unidos sabem quem vai ganhar as eleições presidenciais do país, marcadas para 28 de julho, e que por isso teria decidido retomar o diálogo com o governo.
Maduro também elogiou o processo eleitoral na Venezuela e criticou países como os Estados Unidos por seu sistema eleitoral.