
Kamala e Trump em debate | AP Photo
Uma nova pesquisa do Wall Street Journal, divulgada nesta sexta-feira (12), reforça a indefinição da disputa pela Casa Branca - a menos de um mês para a eleição.
Em seis dos sete estados considerados chave na disputa, a vice-presidente democrata Kamala Harris aparece empatada na margem de erro com o ex-presidente republicano Donald Trump.
O levantamento ouviu 4,2 mil eleitores dos chamados estados-pêndulo, decisivos nas eleições americanas. Considerando o conjunto total do eleitorado apenas nesses estados, Trump aparece com 46% contra 45% de Kamala — um empate dentro da margem de erro, de cerca de 4 pontos percentuais.
Kamala aparece com uma pequena vantagem em quatro estados: Arizona (+2 pontos percentuais), Michigan (+2), Wisconsin (+1) e Geórgia (+1). Trump, por outro lado, sai na frente na Carolina do Norte (+1), Pensilvânia (+1) e em Nevada (+5), único estado em que foi registrada uma diferença levemente acima da margem de erro.
De acordo com o jornal americano, se Kamala de fato vencer nos estados em que lidera, consegue uma maioria estreita no Colégio Eleitoral. Diferentemente do Brasil, em que o vencedor no voto popular nacional vence, nos EUA a votação funciona de forma indireta e os candidatos precisam conquistar ao menos 270 delegados de um total de 538, distribuídos de acordo com o tamanho da população de cada um dos 50 estados americanos, além da capital.
Na maioria dos estados, prevalece a regra conhecida como "o vencedor leva tudo": o candidato vitorioso no voto popular conquista todos os delegados que estão em disputa no estado. Por esse motivo, muitos analistas acreditam que, num eleição tão acirrada como a deste ano, o vencedor será decidido por uma diferença pequena de algumas dezenas de milhares de eleitores dos sete estados-chave no campo de batalha.

Kamala faz questão de apertar mão de Trump antes de debate. | AP Photo/Alex Brandon
O republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris se enfrentaram nesta terça-feira (10) pela primeira vez pessoalmente. O debate, promovido pela rede de TV ABC News, aconteceu na cidade de Filadélfia, capital do estado da Pensilvânia, um dos estados - pêndulo, que oscilam entre democratas e republicanos a cada eleição.
Clima do encontro
Kamala começou o debate indo até o republicano para um aperto de mãos formal de apresentação, diante de um Trump resistente. O clima foi tenso, com Trump evitando olhar para a adversária durante as respostas, e Kamala voltando-se ao ex-presidente para responder.
Enquanto Trump tentava se manter impassível durante as respostas de Kamala, especialmente na primeira parte do debate, a candidata democrata não deixou de expressar reprovação durante as falas do republicano.
Trump repetiu diversos ataques à democrata e tentou colar a imagem de Kamala à de Biden, mal avaliado pelo eleitor norte-americano. Ele também disse que o pai de Kamala era um professor comunista e que ela era também comunista. “Uma radical da esquerda liberal”, definiu Trump.
Kamala, por sua vez, também tentou colar em Trump a imagem de um herdeiro que teve facilidades na vida e, ainda assim, abriu processo de falência seis vezes. Ela reforçou o fato de ter vindo da classe média trabalhadora.
Kamala relembrou ainda os problemas de Trump com a Justiça e sua participação no ataque ao Capitólio em 6 de Janeiro. Ela também aproveitou para se apresentar como uma nova geração de líderes, em referência à diferença de idade entre ambos.
Em outro momento, a democrata também ressaltou que tem o apoio de 200 republicanos que participaram do governo Trump ou de outras gestões do partido adversário.
Trump relembrou indiretamente sua participação no reality show “O Aprendiz” e disse que só era criticado por ex-integrantes de seu governo porque os demitiu por incompetência. Ele acusou os democratas de não demitirem ninguém.
Em um dos momentos mais fortes do republicano, Trump disse que provavelmente tomou “uma bala na cabeça” por causa das “mentiras” que os democratas falam sobre ele. Segundo o republicano, os democratas usam o Departamento de Justiça para persegui-lo. Kamala respondeu que faz parte dos planos declarados de Trump usar o aparato judicial contra seus adversários políticos.
Economia dos Estados Unidos
Kamala Harris, vice na gestão Joe Biden, disse que era a única no palco com um plano para “melhorar a vida da classe média”. Ela acenou com auxílio para reduzir o custo de habitação, benefício para famílias com filhos pequenos e redução de impostos para incentivo ao empreendedorismo. A democrata acusou Trump de promover cortes de impostos para beneficiar bilionários e afirmou que as políticas do republicano acabaram gerando um custo adicional de US$ 4 mil no custo de vida das famílias.
Donald Trump acusou a atual vice-presidente Kamala Harris e o presidente Joe Biden de levarem os Estados Unidos a um recorde de inflação. Afirmou que planeja cortar impostos se eleito e disse que teve problemas com a pandemia, mas devolveu o país com a bolsa de valores com resultados melhores do que antes da covid-19.
Imigração
A imigração foi um dos principais tópicos do debate. Trump repetiu diversas vezes que a gestão democrata abriu as fronteiras americanas para imigrantes ilegais de todos os lugares do mundo. Segundo Trump, a criminalidade nos Estados Unidos está subindo enquanto a do mundo cai por causa da entrada de “criminosos” vindos de países como a Venezuela. Trump foi desmentido pelo apresentador, que citou que, segundo o FBI, a criminalidade no país não está aumentando.
Trump também disse que Kamala destruiu os Estados Unidos com suas “políticas insanas de imigração” e que imigrantes ilegais estavam comendo gatos e cachorros de estimação na Flórida. O apresentador interrompeu o republicano para dizer que a administração local não tinha nenhuma evidência de que isso de fato aconteceu.
Direito ao aborto
O tema tem mobilizado as mulheres e o público mais progressista e serviu para que Kamala apontasse os danos que Trump pode fazer às mulheres – público que majoritariamente já deve votar na democrata, segundo as pesquisas.
Trump negou que aprovaria um veto total ao aborto em qualquer caso, mas disse que não precisava se preocupar com isso porque será uma questão a ser decidida pelos Estados. O republicano também acusou os democratas de apoiar o aborto até os 9 meses de gestação e mesmo a execução de bebês após o nascimento – a informação errada também foi corrigida pelo apresentador do debate.
Kamala disse que era um insulto às mulheres americanas Trump dizer que elas gostariam de fazer um aborto no final da gestação. Ela defendeu restabelecer a proteção ao aborto como era antes da decisão da Suprema Corte e reforçou que nenhum governo - nem Donald Trump- deveriam dizer às mulheres o que fazer com seus corpos. Ela também levantou problemas como mulheres que viajam a outros estados para ter acesso ao procedimento e falta de atendimento a mulheres que sofrem um aborto espontâneo por parte de profissionais de saúde que temem retaliação.
Invasão ao Capitólio
Donald Trump disse que não teve nada a ver com o ataque ao Capitólio e culpou a presidente do Congresso, a democrata Nancy Pelosi, e o prefeito de Washington por não terem aceitado o reforço na segurança. Apesar de dizer que não tinha relação com os invasores, voltou a afirmar que as eleições foram fraudadas e que ele venceu o pleito contra Joe Biden. Disse que apresentou provas, mas que elas foram desconsideradas pelo juiz. O apresentador, mais uma vez, disse que não havia comprovação de irregularidades.
Sobre o assunto, Kamala Harris relembrou momentos em que Trump defendeu grupos supremacistas brancos e disse que o republicano parece não ter condições de discernir fatos.
Conflitos internacionais
Kamala Harris disse que líderes mundiais riem de Trump, ao que o republicano respondeu que o mundo “explodiu” após sua saída da presidência. Defendeu que, se ainda fosse presidente, o conflito entre Rússia e Ucrânia não teria eclodido. Kamala afirmou que, se fosse ele no poder, o russo Vladimir Putin já teria tomado a capital ucraniana Kiev.
Kamala destacou a relação de Trump com líderes autoritários. Ela afirmou que o republicano “adora homens fortes em vez de defender a democracia” e que os ditadores o querem de volta no poder porque podem manipulá-lo.
Israel x Hamas
O conflito no Oriente Médio é um dos pontos críticos da gestão Biden e foi explorado por Trump no debate. Segundo o republicano, Kamala “odeia Israel” e, se ela for eleita, o país deixará de “existir em dois anos”.
Em resposta, a atual vice-presidente dos Estados Unidos condenou o ataque terrorista do Hamas, reconheceu o direito de Israel de se defender, mas sugeriu uma resolução que contemple dois estados, o de Israel e o palestino.

Foto: Getty Images
Embora sejam adversários, protagonistas da corrida eleitoral dos Estados Unidos, e até tenham ocupado postos nos dois últimos governos do país, Donald Trump e Kamala Harris nunca estiveram frente a frente.
O primeiro encontro entre o republicano e a democrata acontecerá nesta terça-feira (10), quando os dois se enfrentarão em um debate —também inédito— e que pode ser decisivo para o resultado das eleições presidenciais do país, em 5 de novembro.
Segundo especialistas, o cara a cara entre os dois candidatos, que acontece às 21h no horário local (22h pelo horário de Brasília), deve ocorrer sem grandes riscos de ambos os lados, por conta da disputa apertada entre os dois —que aparecem em empate técnico nas últimas pesquisas de intenção de vot.
Os dois candidatos só poderão entrar no estúdio da ABC News, emissora que organiza o enfrentamento, com uma caneta, papeis em branco e água.
Ainda de acordo com o regulamento do debate, não haverá nenhuma comunicação entre os candidatos e sua equipe —que estará fora do estúdio.

Kamala Harris discursou ne Convenção Democrata, em Chicago | AP Photo/J. Scott Applewhite
A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata nas eleições deste ano, Kamala Harris, discursou na noite da quinta-feira (22), durante a convenção do partido.
A cerimônia, em Chicago, marcou o aceite oficial de Kamala da indicação do partido para concorrer à Presidência. O tema desta última noite da convenção é "Pelo nosso futuro".
Usando a frase "não vamos voltar ao passado" como um de seus lemas, Kamala direcionou ataques ao ex-presidente Donald Trump, rival dela no pleito deste ano.
"É grave o que aconteceu depois da eleição. Donald Trump tentou anular seus votos quando falhou, enviou uma multidão armada ao Capitólio dos Estados Unidos, onde agrediram policiais. Enquanto políticos de seu próprio partido imploravam para que ele chamasse a multidão e enviasse ajuda, ele fez o oposto", disse Kamala.
A candidata também relembrou as acusações de fraude e abuso sexual contra Trump.
Família atacada por Trump
Kamala ressaltou a história da sua família, constantemente atacada por Trump. A candidata relembrou o papel dos pais dela em sua formação: "me ensinaram a ter fé e tratar as pessoas como nós gostaríamos de ser tratados".
"Sinto falta da minha mãe e sei que ela está olhando por mim. Ela atravessou o mundo sozinha. Ela se tornou uma cientista. Quando terminou a faculdade, ela teria que voltar pra Índia, mas conheceu meu pai jamaicano. Essa decisão de determinação me fez".
Economia
Kamala acenou para classe média e afirmou que “qualquer pessoa vai poder competir e ser bem-sucedida”.
“Ele [Trump] quer diminuir os impostos dos bilionários que são amigos dele. Em vez disso, nós vamos cortar o imposto da classe média e beneficiar mais de 100 milhões de pessoas”, prometeu Kamala.
Discurso mais importante da carreira
O discurso, visto pela campanha de Kamala como a apresentação formal da candidata aos americanos, foi o mais importante da carreira política da democrata.
Nos Estados Unidos, as convenções partidárias são feitas no formato de grandes showmícios, intercalando discursos de políticos com shows de artistas. Antes da fala de Kamala, o ponto alto da noite, a cantora Pink se apresentou.
As eleições presidenciais nos Estados Unidos acontecem em 5 de novembro.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump — Foto: Arquivo AFP
Com desistência de Joe Biden de participar da corrida presidencial e a indicação da vice-presidente Kamala Harris para assumir o posto, as pesquisas eleitorais mostraram uma rápida alteração nas tendências.
Antes de Kamala assumir a disputa, o ex-presidente Donald Trump liderava em todas as pesquisas eleitorais. Com ela, os democratas estão passando na frente.
A pesquisa realizada pela Reuters/Ipsos apontou Kamala com 44% das intenções, e Trump, com 42%. Ou seja, a vice-presidente já aparecia com 2 pontos percentuais a mais que o ex-presidente, apesar de ambos terem empatado na margem de erro, que é de 3 pontos percentuais.
A pesquisa realizada anteriormente pelo mesmo instituto apontava Donald Trump e Joe Biden empatados com 40% das intenções de voto.
Com exceção dos levantamentos realizados entre 22 e 25 de julho pela CNN, pelo New York Times/Siena College e pelo Jornal de Wall Street, em que Trump aparece 1 ponto percentual à frente, Kamala Harris assumiu a liderança nas demais pesquisas.
Importante destacar que, com a margem de erro de 3 pontos, os dois candidatos seguem empatados.
Público jovem
Diante da percepção de que Kamala ganhou muita força com o público jovem, a campanha de Trump tem tentado realizar movimentações distintas, como colocar o candidato republicano a vice-presidente, J.D.Vance, para realizar a mesma rota de comícios que os democratas estão fazendo pelos swing states (estados-pêndulos).
Trump também voltou a utilizar o X, que ele havia abandonado desde que sua conta foi banida da plataforma no dia 6 de janeiro de 2021, depois que seus apoiadores invadiram o Capitólio incentivados por suas falas na rede social

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump — Foto: Arquivo AFP
O candidato republicano à Casa Branca Donald Trump publicou nas redes sociais que aceita uma oferta da Fox News de enfrentar a democrata Kamala Harris em um debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos. O embate está marcado de acontecer no dia 4 de setembro.
"Regras serão semelhantes às regras do meu debate com 'Sonolento Joe', que foi tratado horrivelmente pelo seu partido, mas com uma audiência completa na arena," publicou Trump, em referência ao presidente Joe Biden, que agora retirou sua candidatura.
Segundo a AFP, não ficou claro se Kamala concordou em participar do debate.
Trump tinha declarado, anteriormente, que se recusaria a debater com Kamala antes de uma nomeação oficial, o que ocorreu na sexta-feira (12).